Investing.com - A sexta-feira foi mais uma vez marcada pela forte valorização dos contratos futuros do minério de ferro, negociados na bolsa de mercadorias da cidade chinesa de Dalian. A preocupação é com a queda na oferta do produto. O ativo de maior volume de negócios, com data de vencimento em maio deste ano, avançou 6,24%, encerrando assim o dia negociado a 621,50 iuanes por tonelada, alta de 36,50 iuanes em uma única sessão.
O minério de ferro tocou no seu nível mais alto em 22 meses após um rali de sete dias, estimulado pelos cortes de oferta da Vale (SA:VALE3).
"Enquanto a empresa está propondo aumentar a produção em outros lugares, estimamos uma perda total líquida de cerca de 13 milhões de toneladas em 2019", disseram Daniel Hynes e Soni Kumari, estrategistas de commodities da ANZ, em nota.
"Isso acabará empurrando o mercado de minério de ferro de volta ao déficit neste ano".
Com isso, os papéis do vergalhão de aço também tiveram forte ganhos, que são transacionados da também chinesa bolsa de mercadorias de Xangai. O contrato de maio, com maior liquidez, somou 58 iuanes a 3.754 iuanes por tonelada, enquanto o segundo mais negociado, de março, teve ganhos de 69 iuanes por tonelada a 3.820 iuanes por tonelada.
A atividade industrial da China registrou em janeiro o ritmo mais forte de contração em quase três anos com o recuo das novas encomendas e da produção, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit, reforçando os temores de uma desaceleração na segunda maior economia do mundo.
As leituras foram mais pessimistas que a pesquisa oficial divulgada na quinta-feira, que também mostrou crescente pressão sobre o setor industrial chinês.
O PMI de indústria do Caixin/Markit divulgado nesta sexta-feira caiu pelo segundo mês seguido em janeiro, a 48,3 de 49,7 em dezembro, registrando a pior leitura desde fevereiro de 2016.
Economistas consultados pela Reuters esperavam apenas uma leve queda em janeiro para 49,5, pouco abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.
Com Reuters.