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O ouro quebra o marco de US$ 1.800, máxima recorde é esperada

Publicado 30.06.2020, 13:01
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Por Barani Krishnan

Investing.com - O ouro ultrapassou a meta de US$ 1.800 por onça que há muito tempo é esperada pelos touros do metal precioso, impulsionado por preocupações com uma segunda onda de infecções por coronavírus e medidas de estímulo destinadas a ajudar a recuperação econômica da pandemia.

Alguns analistas preveem que o metal amarelo atinja recordes acima de US$ 2.000 nos próximos meses, à medida que os casos do Covid-19 aumentem.

"A especulação é uma razão para a mudança nos preços do ouro", tuitou Rachit Mehndirrata, estrategista independente de ouro. "Os investidores especulam sobre o que o governo e os bancos centrais vão fazer."

Os contratos futuros de ouro dos EUA na Comex subiam US$ 17,70, ou 1%, a US$ 1.798,90, depois de atingir uma máxima intradiária de US$ 1.803,95. Foi o mais alto nível já alcançado por um contrato de referência da Comex para ouro desde o pico histórico de US$ 1.911,60 estabelecido em setembro de 2011.

O ouro à vista foi estava em alta de US$ 9, ou 0,5%, a US$ 1.781,62 às 17h24 (horário de Brasília), após uma máxima na sessão de US$ 1.785,97. Esse foi o maior valor para barras de ouro desde seu recorde de setembro de 2011, de US$ 1.920,85.

"Acredito que, com bloqueios adicionais acontecendo globalmente, os bancos centrais continuarão a apoiar o mercado a qualquer custo", disse Philip Streible, estrategista-chefe de mercado da Blue Line Futures em Chicago.

“Isso deve resultar no crescimento do balanço do Fed e, por sua vez, fornecer suporte subjacente aos mercados de metais preciosos. O ouro deve continuar a subir mais, alcançando US$ 1.900 no Dia do Trabalho e US$ 2.000 no Dia de Ação de Graças. ”

Novos casos do Covid-19 estão ressurgindo nos Estados Unidos e em outros centros econômicos importantes do mundo - um fenômeno que, até agora, o mercado tem feito o possível para subestimar ou ignorar.

Os Estados Unidos relataram cerca de 40.000 novos casos de coronavírus na chamada "segunda onda" do surto e o principal especialista em pandemias dos EUA, Anthony Fauci, disse na terça-feira que a taxa pode aumentar para 100.000 sem distanciamento social e outras medidas de segurança.

Outras autoridades de saúde disseram que o verdadeiro número de casos no país deve ser 10 vezes maior do que a contagem oficial. Isso ocorre enquanto 2,7 milhões de norte-americanos já foram infectados pelo coronavírus, com um número de mortes próximo de 130.000. Um novo modelo da Universidade de Washington também prevê 200.000 mortes de coronavírus nos Estados Unidos até 1º de outubro.

Fora dos Estados Unidos, China, Índia e Nova Zelândia tiveram aumento no número de casos recentemente.

O Federal Reserve e o Congresso dos EUA passaram mais de US$ 3 trilhões em estímulos para ajudar na recuperação econômica pós pandemia.

Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional reduziu suas projeções de crescimento já sombrias para 2020, dizendo que espera que a economia global contraia agora em 4,9% neste ano, muito mais do que os 3% previstos em abril.

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