SÃO PAULO (Reuters) - A carga de energia do sistema elétrico interligado do Brasil em agosto deve avançar 0,6% na comparação anual, apesar da pandemia de coronavírus, em meio ao relaxamento de medidas de isolamento pelo país, projetou nesta sexta-feira o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A previsão, que melhora perspectivas em relação à semana anterior, quando a alta esperada era de 0,1%, é influenciada por expectativas de avanço da demanda no Norte e no Sudeste, segundo boletim do ONS nesta sexta-feira.
O Norte deverá ver a maior recuperação, com alta de 4% na carga em comparação anual, enquanto o Sudeste deve ter incremento de 0,8%. Na semana anterior, o ONS via um aumento menor no Norte, de 2,3%, e maior no Sudeste, de 1%.
O órgão do setor de energia melhorou ligeiramente a previsão para Sul e Nordeste, mas ainda vê recuo na carga dessas regiões, de 0,2% e 1,2%, respectivamente, contra baixas de 2,3% e de 1,8% projetadas na semana anterior.
Apesar do tímido avanço esperado, agosto teria o primeiro aumento mensal na carga de energia desde o início da pandemia de coronavírus no Brasil, se confirmadas as previsões do ONS.
Em abril, primeiro mês impactado por medidas de isolamento em Estados e municípios que visaram conter a disseminação da doença, a carga desabou 12%.
Em julho, dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apontam para redução de 0,6% no consumo de eletricidade no Brasil.
O ONS ainda não divulgou seus números consolidados de julho.
O órgão do setor de energia ainda projetou que as chuvas na região dos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste, que concentram os maiores reservatórios, devem alcançar 75% da média histórica no mês, perto dos 73% estimados na semana anteriror.
(Por Luciano Costa)