SÃO PAULO (Reuters) - A carga de energia do sistema elétrico interligado do Brasil deverá fechar março com alta de 2,2% na comparação com mesmo mês do ano anterior, projetou nesta sexta-feira o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que reduziu quase pela metade uma previsão anterior de alta de 4,1%.
O desempenho nesse mês deve ser puxado, em termos percentuais, pelo Norte do país, onde a demanda deve avançar 4,7% em base anual, apontou o ONS em relatório. Na semana anterior, a expectativa era de elevação de 5,4% na região.
O Sudeste/Centro-Oeste deve ter expansão de 2,5% na carga, abaixo dos 4,2% esperados antes, enquanto no Nordeste a previsão é de incremento de 1,4%, bem abaixo do salto de 7,1% projetado anteriormente.
O ONS ainda espera um aumento de 0,8% na demanda por energia do Sul, praticamente estável frente aos 0,9% vistos na semana anterior.
Apesar da redução das estimativas frente à semana anterior, os números seguem mostrando tendência de recuperação da demanda após impactos da crise do coronavírus em boa parte do ano passado, embora a pandemia tenha voltado a avançar no Brasil, com número recorde de mortes.
O operador do sistema elétrico ainda elevou levemente as projeções para as chuvas na região das hidrelétricas do Sudeste, que concentram os principais reservatórios. Elas foram estimadas em 81% da média histórica neste mês, contra 79% na previsão da semana anterior.
Já o Nordeste, segunda região em represas, deve ter precipitações em 76% da média, abaixo dos 85% esperados antes.
Com a menor carga, o ONS ainda reduziu levemente a expectativa de acionamento de termelétricas na próxima semana, para 4,7 gigawatts, de 5,4 gigawatts anteriormente.
Na segunda-feira, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), formado por autoridades do governo, decidiu reduzir o limite para o acionamento adicional de termelétricas para atendimento à demanda, para até 15 gigawatts médios, de até 16,5 gigawatts médios antes.
Segundo o CMSE, a medida deve-se a uma ligeira melhora nas perspectivas para os reservatórios, mas as condições do sistema continuarão a ser monitoradas em reuniões técnicas que poderiam eventualmente decidir por elevar o uso das térmicas novamente se necessário.
(Por Luciano Costa)