SÃO PAULO (Reuters) - A carga de energia no Brasil deverá recuar 0,3% em julho em comparação com igual período do ano passado, para média de 62,88 gigawatts (GW), indicou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta sexta-feira.
Apesar da queda, o ONS vê uma "suave elevação" neste mês em relação aos meses anteriores, quando a carga de energia foi fortemente impactada pelas medidas de isolamento social para contenção do coronavírus --em abril, primeiro mês completo em que os impactos foram medidos, houve queda de 11,6% no ano a ano.
Apesar de a pandemia da Covid-19 estar no pico no Brasil, com cerca de 1,5 milhão de casos confirmados, muitos Estados e municípios já iniciaram processos de reabertura econômica e flexibilização dos isolamentos, o que deve dar impulso à carga.
"Porém ainda num patamar bastante inferior ao que vinha sendo observado antes do início das medidas de isolamento social, necessárias para combater a disseminação da Covid-19", ponderou o ONS em boletim.
As previsões divulgadas nesta sexta pelo operador para a carga de energia de julho seguem praticamente em linha com as da semana passada, quando o ONS projetava um recuo de 0,4%.
O operador estima crescimento de 1,6% para a carga mensal do subsistema Nordeste e alta de 1,4% para a carga do Norte, novamente em comparação anual. O Sudeste deve registrar queda de 0,3%, enquanto o Sul tende a verificar recuo de 2,9%, pressionando a estimativa nacional.
CHUVAS
Em relação às chuvas nos reservatórios das principais usinas hidrelétricas brasileiras, o ONS manteve expectativas de precipitações mais volumosas para o Nordeste, com 103% da média histórica para o período.
Houve forte elevação nas projeções para o Sul, onde as chuvas passaram a ser vistas em 80% da média histórica. A região tem verificado altos índices pluviométricos nos últimos tempos, inclusive com a passagem de um ciclone bomba nesta semana, depois de meses de uma forte seca.
Os reservatórios do Nordeste devem receber 68% da média histórica das precipitações, enquanto a previsão para o Sudeste é de que as precipitações atinjam 84% da média.
(Por Gabriel Araujo)