Os contratos futuros de ouro fecharam em baixa nesta terça, 24, em meio a perspectivas positivas para a retomada da economia mundial, com notícias sobre vacinas contra a covid-19 e indicadores recentes melhores do que o esperado por analistas nos Estados Unidos alimentando a troca da segurança do ouro por ativos de maior risco - com a perspectiva de retornos maiores. O cenário político do país também contribui para o movimento, com o presidente Donald Trump indicando que irá permitir a transição no governo.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantil Exchange (Nymex), o ouro com entrega em dezembro cedeu 1,80%, a US$ 1804,60 a onça-troy. Durante o pregão, o metal chegou ser cotado abaixo de US$ 1800 por onça-troy e, segundo o Commerzbank, tocou o menor valor dos últimos quatro meses.
O banco alemão avalia que o ouro está sob pressão "considerável", apontado para o otimismo com a retomada econômica a partir da uma vacina "muito eficiente", o que levou a um apetite por riscos. Nos EUA, a sinalização de Trump de que a transição para o governo de Joe Biden poderá ser realizada também estimulou ativos de mais risco. Além disso, uma série de decisões jurídicas estaduais minimizou as chances das eleições do país terem alguma contestação efetiva do resultado.
Alguns indicadores importantes da economias dos EUA foram melhor do que o esperado ontem, como o índice gerente de preços (PMI, na sigla em inglês), o que fortaleceu o dólar, enfraquecendo o ouro, que é um ativo de segurança quando a moeda americana está mais frágil. O PMI composto chegou ao seu maior nível em 68 meses, reforçando a possível recuperação.
Hoje, o presidente do Federal Reserve (Fed) de Nova York, John Williams, descreveu as condições da economia americana como favoráveis, indicando que o cenário é bem melhor do que nos meses de abril e maio. O Julius Baer avalia que mais do que o "status quo", com o avanço da segunda onda de covid-19 na Europa e nos EUA, o que vem guiando o preço do metal é a direção que a economia está tomando. "Com uma melhora continuada no ambiente econômico no próximo ano, a demanda por ativos seguros deve diminuir e os preços baixarem", prevê Carsten Menke, chefe de Pesquisa do Julius Baer.