Petróleo afunda diante do temor de recessão; Citi vê barril a US$ 65

Publicado 05.07.2022, 10:34
Atualizado 05.07.2022, 11:40
© Reuters.
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Por Peter Nurse

Investing.com – Os preços do petróleo recuavam forte na terça-feira, devido a preocupações com uma desaceleração econômica mundial, embora distúrbios na oferta sinalizassem a continuidade da restrição no mercado.

Às 11h15 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano despencava 4,44%, a US$ 103,56 por barril, enquanto o petróleo Brent afundava 5,44%, a US$ 107,33, no mercado futuro.

O contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA cedia 5,12%, a US$ 3,5001 por galão.

O petróleo foi impactado por temores de uma recessão mundial, que persistiram na terça-feira após o Banco da Inglaterra afirmar que a perspectiva econômica mundial havia se “deteriorado substancialmente” em razão do efeito da alta das commodities sobre a inflação, gerando um risco maior de queda nos próximos meses.

Além disso, o índice de gerentes de compras da S&P Global para a zona do euro atingiu a mínima de 16 meses, sinalizando um crescimento de apenas 0,2% no trimestre, aproximadamente. A fraqueza no número de novos pedidos e na confiança dos consumidores sugere que o pior ainda está por vir no atual trimestre.

O barril de petróleo pode colapsar para US$ 65 até o fim deste ano e acentuar a queda para US$ 45 até o fim de 2023, se houver uma recessão, alertou o Citigroup (NYSE:C).

LEIA MAIS - Citi: petróleo pode cair para US$ 60 até o fim de 2022 em caso de recessão

“As evidências históricas sugerem que a demanda petrolífera fica negativa apenas nas piores recessões globais”, ressaltaram os analistas do Citi em uma nota emitida em 5 de julho. “Mas os preços do petróleo podem cair em recessões para perto do custo marginal”.

Dito isso, as perdas se acentuavam na terça-feira apesar da notícia de que trabalhadores offshore da Noruega haviam começado uma greve capaz de reduzir a produção petrolífera em 130.000 barris por dia a partir de quarta-feira, o que corresponde a cerca de 6,5% da produção do país.

Além disso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+), entre os quais está a Rússia, confirmaram, na semana passada, o plano previsto de elevações modestas de produção em agosto, mas o grupo tem enfrentado dificuldades para cumprir esses compromissos.

“Os produtores da Opep+ têm espaço limitado para aumentar a produção consideravelmente e, por isso, não conseguem fornecer muito alívio para o mercado”, disseram os analistas do ING em nota. “A produção da Opep recuou em junho, com a maioria dos membros ficando aquém das suas metas”.

Isso não significa que a pressão política para que os membros do grupo aumentem a oferta vai parar de crescer.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu que o cartel aumentasse a produção de forma mais agressiva no início desta terça-feira, e o presidente dos EUA, Joe Biden, deve visitar o Oriente Médio neste mês, com os preços de energia no topo da sua agenda.

Devido ao feriado nos EUA nesta segunda-feira, os dados semanais de estoques divulgados pelo Instituto Americano do Petróleo, geralmente apresentados na terça-feira, terão um atraso de um dia.

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