Petróleo afunda pela 2ª semana com alta no estoque e preocupação com demanda

Publicado 11.09.2020, 16:17
Atualizado 11.09.2020, 17:09
© Reuters.
US500
-
DX
-
LCO
-
CL
-

Por Barani Krishnan

Investing.com - Os preços do petróleo terminaram com uma segunda semana de perdas, o que deixou o mercado em queda de mais de 10% na última quinzena, já que os estoques de petróleo bruto mais altos do que o previsto agitaram os investidores já preocupados com a demanda de combustível com o fim da temporada de pico de viagens de carro nos EUA.

Um dia lento em Wall Street contribuiu para o desempenho anêmico do petróleo. O S&P 500, o principal indicador das ações dos Estados Unidos, caiu ligeiramente também durante o dia, embora tenha mostrado uma perda de quase 3% na semana, após a queda da semana anterior de mais de 2%.

O West Texas Intermediate negociado em Nova York, o principal indicador do preço do petróleo nos EUA, fechou o dia com alta de 3 centavos, a US$ 37,33 por barril. Para a semana, porém, WTI perdeu 6,1%, estendendo a queda da semana passada de 7,5%.

Ed Moya, analista da plataforma de trade online OANDA de Nova York, disse que o WTI parecia destinado a ser negociado por volta dos US$ 30 por enquanto, com o mercado de petróleo bruto continuando a trabalhar em direção ao equilíbrio.

“Muita atenção está voltada para a falta de demanda americana por combustível rodoviário, mas no curto prazo isso pode mudar, já que algumas empresas estão começando a pedir que mais pessoas parem de trabalhar em casa”, disse Moya em uma nota.

“Os próximos meses serão extremamente incertos para as perspectivas da demanda, já que ninguém sabe como a onda de inverno do coronavírus irá desencadear bloqueios espalhados por todo o país.”

O petróleo Brent negociado em Londres, referência global para o petróleo, fechou o pregão de Nova York com queda de 23 centavos, ou 0,6%, a US$ 39,83. O Brent perdeu 6,6% na semana, somando-se à queda de 5,3% da semana anterior.

O escorregão desta semana veio depois que a Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês) relatou um aumento semanal nos estoques de petróleo de 2 milhões de barris, acima da previsão de 1,3 milhão de analistas. Foi o primeiro aumento nos estoques de petróleo bruto desde meados de julho. Nas seis semanas anteriores, a EIA relatou um total de quedas de petróleo bruto de mais de 38 milhões de barris.

Além da alta semanal dos estoques, a EIA também relatou que a utilização do petróleo pelas refinarias caiu 5% pela segunda semana consecutiva. Isso levantou preocupações sobre a demanda por combustível após o fim do pico da temporada de verão nos Estados Unidos.

Também do lado da baixa, a EIA aumentou as estimativas de produção para o petróleo dos EUA em 300.000 barris por dia para 10 milhões de bpd, respondendo pela redistribuição das plataformas de produção na Costa do Golfo que foram fechadas preventivamente durante o furacão Laura do mês passado.

A economia do mercado de petróleo foi obscurecida nos últimos quatro meses por mais euforia do que estatísticas que atestam a reabertura de empresas depois dos fechamentos de combate à Covid-19.

Uma morna recuperação de empregos nos EUA desde julho - apesar do desemprego voltar a um dígito - e um dólar ressurgente, que é tudo menos bom para as commodities, havia limitado o petróleo bruto nos US$ 40s.

O piso finalmente saiu do mercado na semana passada, depois que o chefão da Opep, a Arábia Saudita, cortou o preço de venda de seu petróleo, aparentemente para preservar ou ampliar sua participação no mercado. A mudança saudita veio semanas depois que a aliança global de produtores da Opep, a chamada Opep+ disse que estava diminuindo os cortes de produção observados desde maio.

O retorno do Índice Dólar à sua alta taxa de 93 e uma derrocada das ações em Wall Street completou uma tempestade perfeita para as compras em petróleo bruto.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.