Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo subiam firme nesta quarta-feira, atingindo seus níveis mais altos em mais de um mês, após a Agência Internacional de Energia (AIE) prever a retomada da demanda na China, o que poderia provocar grandes oscilações no equilíbrio global entre oferta e demanda neste ano.
Às 11h40 de Brasília, o petróleo norte-americano avançava 2,10%, a US$ 82,14 por barril, enquanto o Brent se valorizava 1,70%, a US$ 87,38 por barril, no mercado futuro. Ambos os contratos atingiram seus patamares mais altos desde o início de dezembro.
“O principal vetor do PIB e da demanda petrolífera em 2023 será o ritmo de recuperação da China após o fim das restrições sanitárias”, declarou a AIE em seu relatório mensal divulgado nesta quarta-feira.
A agência sediada em Paris projetou um excesso de oferta em torno de 1 milhão de barris por dia (mbpd) no primeiro trimestre do ano, variando para um déficit de 1,6 mbpd no 3º tri, o qual se ampliará para 2,4 mbpd no fim do ano, apesar de a oferta petrolífera mundial se encontrar na máxima recorde.
O mercado petrolífero começou com tudo em 2023. Apesar da queda inicial registrada na primeira semana do ano, devido a preocupações com uma desaceleração global, a cotação do barril passou a subir diante do otimismo com a economia chinesa, após Pequim abandonar sua restritiva política de Covid zero, que prejudicou o consumo no país.
O Produto Interno Bruto do país registrou uma expansão de 3% em 2022, seu segundo crescimento mais fraco desde 1976, de acordo com os dados divulgados nesta semana, porém, ainda assim, permaneceu acima das previsões dos analistas.
Além disso, o influente banco de investimento Goldman Sachs (NYSE:GS) atualizou sua previsão para o crescimento do PIB chinês neste ano, projetando agora um avanço de 5,5%, contra 5,2% anteriormente, em uma nota emitida no fim de terça-feira.
Os últimos dados de produção da China mostraram que as refinarias de petróleo locais processaram cerca de 14,17 mbpd em dezembro, levemente abaixo dos 14,69 mbpd de novembro, mas ainda registram uma alta de 2% ano a ano.
“A atividade deve se recuperar neste ano, em vista da esperada recuperação da demanda de petróleo após a reabertura da China, além da concessão de volumes maiores de cotas de exportação de produtos refinados no país”, escreveram os analistas do ING em nota.
O sentimento também era respaldado pela crença cada vez maior de que o Federal Reserve, banco central americano, reduzirá o ritmo de altas de juros em sua próxima reunião no início de fevereiro, na medida em que a inflação já parece ter atingido o pico.
Dados divulgados na quarta-feira mostraram que os preços ao produtor dos EUA caíram mais do que o esperado em dezembro, recuando 0,5% no mês, enquanto as vendas no varejo na maior economia do mundo tiveram uma desaceleração de 1,1% em relação ao mês anterior, somando-se à queda revisada para baixo de 1,0% em novembro.
Os dados semanais do Instituto Americano do Petróleo sobre os estoques petrolíferos no país devem ser divulgados no final da sessão de hoje, após um atraso devido ao feriado de segunda-feira.