Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo subiam nesta quinta-feira, impulsionados pela forte queda dos estoques petrolíferos nos EUA, sugerindo que a demanda continuava robusta no maior país consumidor do produto no mundo.
Às 11h10 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano avançava 1,83%, a US$ 89,69 por barril, enquanto o Brent se valorizava 1,92%, a US$ 95,45 por barril, no mercado futuro.
O contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA apresentava alta de 1,73%, a US$ 2,9847 por galão.
Os estoques de petróleo nos EUA recuaram 7,1 milhões de barris na semana até 12 de agosto, segundo dados divulgados na quarta-feira pela Administração de Informações Energéticas, contra expectativas de queda de 275.000 barris.
“O grande declínio dos estoques se deveu a um aumento substancial das exportações de petróleo ao longo da semana”, explicaram analistas da ING em nota. “As exportações cresceram 2,8 milhões de barris por dia (mbpd) e atingiram o recorde de 5 mbpd. O volume compensa o número fraco de exportações da semana anterior".
O que também estava ajudando o sentimento no mercado petrolífero foi o alerta da Rússia de um possível incidente nuclear catastrófico, devido ao combate em torno da usina de Zaporizhzhya na Ucrânia.
As alegações surgem no momento em que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres – que pediu que as forças russas se retirem da usina para permitir inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica – faz uma visita a Ucrânia.
O fechamento da maior usina nuclear da Europa faria com que vários países europeus buscassem outras fontes de energia, à medida que o inverno se aproxima, provavelmente aumentando a demanda de petróleo.
Dito isso, o mercado petrolífero está prestes a encerrar a semana no vermelho, aproximando-se no nível mais baixo em seis meses, depois de ceder todos os ganhos auferidos após a invasão da Rússia na Ucrânia, enquanto o medo de uma recessão global continua.
A possibilidade de retomada do acordo nuclear com o Irã, o que significaria mais petróleo do país persa no mercado mundial, aumentava as preocupações.
O governo Biden está avaliando a resposta do Irã à proposta da União Europeia no sentido de retomar o programa internacional de 2015, sugerindo que um acordo parece mais próximo de ser assinado do que em qualquer momento no último ano.
O Goldman Sachs (NYSE:GS) permanece cético. O influente banco de investimento disse, em nota no início da semana, que é pouco provável que um acordo para retomar o programa nuclear seja fechado no curto prazo e, mesmo que isso aconteça, o petróleo adicional não fluiria antes do próximo ano.
“Nossa visão continua sendo no sentido de que ainda é pouco provável haver um acordo no curto prazo, dado que o impasse é mutuamente benéfico”, afirmaram os analistas do banco.