Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo recuavam na quinta-feira, diante do agressivo aperto da política monetária e do aumento dos estoques de gasolina nos EUA, acima do esperado, o que gerou preocupações com a demanda, ao mesmo tempo em que a Rússia voltou a fornecer gás para a Europa, reduzindo receios com a oferta.
Às 12h02 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano cedia 3,16%, a US$ 96,77 por barril, enquanto o petróleo Brent se desvalorizava 2,37%, a US$ 104,40, no mercado futuro.
O contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA baixava 4,31%, a US$ 3,1322 por galão.
O Banco Central Europeu se juntou a outros bancos centrais na elevação agressiva dos juros, subindo as taxas em 50 pontos-base (pb) no início desta quinta-feira, ou seja, 25 pb acima do que foi sinalizado no mês passado.
O BCE, assim como muitos dos seus pares, decidiu se concentrar no combate à inflação em vez de se preocupar com uma possível queda da economia, o que pode pesar sobre a demanda petrolífera.
O mercado de petróleo já demonstrava receio com a alta dos estoques de gasolina nos EUA, na medida em que os dados da Administração de Informações Energéticas do país, divulgados na quarta-feira, mostraram que o armazenamento do produto teve alta de 3,5 milhões de barris na semana passada, um aumento bem maior do que o esperado.
Isso gerou preocupações com a demanda no maior país consumidor de petróleo do mundo durante o pico da temporada de viagens automotivas de verão.
Além disso, o crescimento econômico da China, maior país importador de petróleo do mundo, deve ficar abaixo de 4% neste ano, de acordo com a mediana estimada por uma pesquisa feita pela Bloomberg com economistas.
Trata-se de uma queda em relação à estimativa da pesquisa anterior de 4,1% e bem abaixo da meta oficial de Pequim de cerca de 5,5%, haja vista que a rígida política anti-Covid-19 do país continua pesando sobre sua perspectiva econômica.
Pelo lado da oferta, Moscou voltou a fornecer gás para a Europa através do gasoduto Nord Stream 1, depois do término de um período de manutenção, no início desta quinta-feira.
Com isso, o gás natural futuro na Europa atingiu seu patamar mais baixo em três semanas, pois a decisão afastou temores de que a Rússia pudesse usar razões políticas para estender a interrupção, o que poderia fazer com que países europeus, sobretudo a Alemanha, tivessem que buscar outras opções de energia.
Além disso, a National Oil Corp, estatal petrolífera da Líbia, declarou, na quarta-feira, que havia retomado a produção em diversos campos depois de cancelar o estado de força maior sobre as exportações petrolíferas na semana passada.