Investing.com – Os futuros de petróleo apresentaram queda na segunda-feira, uma vez que os traders aguardavam os desenvolvimentos em torno negociações nucleares entre o Ocidente e o Irã, ao passo que as preocupações com um excesso de oferta global pesaram.
Na ICE Futures Exchange de Londres, os futuros de petróleo Brent com vencimento em setembro caíram 76 centavos, ou 1,28%, sendo negociados a US$ 58,25 por barril, durante as negociações norte-americanas da manhã, reduzindo as perdas após ter atingido baixas da sessão de US$ 57,18.
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o petróleo bruto com vencimento em agosto atingiu uma baixa da sessão de US$ 51,28 por barril, antes de se recuperar e ser negociado a US$ 52,33 por barril, uma queda de 41 centavos, ou 0,78%.
O spread entre os contratos de petróleo Brent e WTI ficou em US$ 5,92 por barril, em comparação com US$ 6,26 no fechamento das negociações de sexta-feira.
De acordo com relatos da mídia, o Irã e seis potências mundiais se aproximava um acordo nuclear há muito aguardado que acabaria com sanções contra Teerã em troca de cortes no programa nuclear do país.
Um acordo é visto como pessimista para os preços do petróleo, como Irã declaradamente acumula 30 milhões de barris de petróleo em suas reservas, prontos para exportação. Uma produção de petróleo iraniano poderia resultar na queda dos preços do petróleo em um mercado global que já está saturado por um excesso de oferta.
A produção mundial de petróleo está superando a demanda após um crescimento na produção de óleo de xisto dos EUA e após a decisão da OPEP no ano passado de não cortar a produção.
No seu relatório mensal divulgado no início do dia, a OPEP elevou sua previsão de crescimento da demanda de petróleo para 2015, 100.000 barris por dia para 1,28 milhão de barris. Para 2016, o cartel do petróleo vê a demanda global aumentar para 1,34 milhão de barris por dia.
A OPEP também disse que o grupo produziu 31,38 milhões de barris de petróleo em junho, 283.000 barris por dia superior em comparação com maio, impulsionado principalmente pela maior produção da Arábia Saudita e Iraque.
Na sexta-feira, a Agência Internacional de Energia previu uma demanda mundial de petróleo mais fraca no próximo ano e advertiu que os preços devem sofrer ainda mais pressão devido a um crescente excesso de petróleo.
Enquanto isso, o índice do dólar, que avalia a força do dólar norte-americano em comparação com a cesta das seis principais moedas, ficou em 95,35, uma alta de 0,85% para o dia.
O dólar permaneceu apoiado após a Presidente do Banco Central dos EUA (Fed), Janet Yellen, ter dito em um discurso na sexta-feira que o banco central estava a caminho de aumentar os juros em algum momento deste ano. Os comentários de Yellen são os mais definitivos até à data referente ao calendário de um aumento das taxas em 2015.
Yellen, presidente do Fed, deve fazer pronunciamento perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara na quarta-feira. Sua declaração será atentamente observada em busca de indicações sobre quando as taxas de juros dos EUA podem começar a subir.
O sentimento do mercado mostrou recuperação após um acordo sobre um terceiro resgate para a Grécia ter sido alcançado depois de uma maratona de negociações durante toda a madrugada entre os líderes europeus.
O parlamento grego deve comunicar a nova legislação nesta segunda e terça-feira para implementar as medidas acordadas em Bruxelas, incluindo as reformas das pensões e um novo regime tributario sobre vendas. Os parlamentos de diversos países da zona do euro também terão que aprovar qualquer novo resgate.
O Presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse que as negociações sobre o financiamento-ponte para a Grécia começarão imediatamente, para ajudar a cobrir os pagamentos da dívida neste verão. Ele também disse que ativos estatais gregos no valor de € 50 bilhões seriam separados em um fundo para contribuir para a recapitalização dos bancos gregos.
Em outros lugares, os dados comerciais da China divulgados no início do dia mostraram que o superávit comercial do país contraiu para US$ 46,5 bilhões no mês passado, de um superávit de US$ 59,5 bilhões em maio, em comparação com as estimativas de um superávit de US$ 55,7 bilhões.
As exportações chinesas subiram 2,8% em comparação com o ano anterior, superando as expectativas para uma queda de 0,2%, ao passo que as importações recuaram 6,1%, melhor do que as projeções para uma queda de 15,0%.
Uma desaceleração na demanda doméstica indicou que a recuperação da economia como um todo continua frágil e pode precisar de mais estímulo do governo.
A China deve divulgar dados sobre o produto interno bruto do segundo trimestre na quarta-feira. Espera-se que o relatório mostre que a segunda maior economia do mundo cresceu 6,9%, abaixo dos 7,0% no trimestre anterior.
A China é o segundo maior consumidor de petróleo do mundo depois dos EUA e tem sido o motor do fortalecimento da demanda.