Investing.com - Os preços do petróleo operavam em queda na manhã desta segunda-feira, 22, estendendo as perdas da semana anterior, em meio a um otimismo cada vez maior de que o conflito entre Irã e Israel não terá uma escalada, o que poderia limitar eventuais interrupções no fornecimento do produto da região, que é uma importante produtora da commodity.
Às 9:45 de Brasília, o barril do petróleo Brent, referência mundial e para a Petrobras (BVMF:PETR4), caía 1%, a US$ 86,41, enquanto o barril do Texas (WTI), referência nos EUA, se desvalorizava 1,06%, a US$ 81,47.
Ambas as referências do petróleo já haviam recuado mais de 3% na semana passada. A expectativa de uma desaceleração na demanda, em meio a um contexto econômico global enfraquecido, equilibrou as tensões crescentes no Oriente Médio.
As expectativas de que o conflito entre Irã e Israel poderia se intensificar arrefeceram nas últimas sessões, mesmo após ataques de mísseis atribuídos a Israel contra o Irã na sexta-feira.
O país persa minimizou o impacto desses ataques e não anunciou planos imediatos de retaliação. Essa ausência de resposta imediata foi crucial para diminuir as apostas de que o conflito se agravaria. Embora os preços do petróleo tenham atingido quase US$ 91 por barril logo após os ataques, rapidamente reverteram a maior parte desses ganhos ainda na sessão de sexta-feira.
"O mercado claramente acredita que a capacidade excedente de produção da Opep será utilizada em caso de choques de fornecimento, ou que as tensões contínuas provavelmente não resultarão em perdas significativas de suprimento", segundo analistas da ING, em nota.
Contudo, as tensões persistentes no Oriente Médio, especialmente com a improbabilidade de um cessar-fogo entre Israel e Hamas, ainda mantêm viva a preocupação com possíveis interrupções no fornecimento.
Relatos da mídia na segunda-feira indicaram que foguetes foram disparados contra uma base da coalizão liderada pelos EUA na Síria, enquanto continuavam os ataques israelenses em Gaza.
As tensões no Oriente Médio têm sido o principal vetor dos aumentos nos preços do petróleo nos últimos meses.
Os preços também foram pressionados por uma alta recente do dólar, à medida que os operadores rapidamente reduziram suas apostas em cortes antecipados de juros pelo Federal Reserve. Esse cenário foi intensificado por leituras da inflação nos EUA em março, que foram mais fortes do que o esperado.
O mercado também teme que juros mais altos por mais tempo nos EUA e uma inflação persistente possam desacelerar o crescimento econômico este ano, afetando assim a demanda global por petróleo.
Dados recentes que mostraram um aumento maior que o esperado nos estoques de petróleo nos EUA intensificaram essas preocupações, levantando questões sobre o nível de restrição dos mercados petrolíferos nos próximos meses.
A produção nos EUA se manteve em níveis recordes nos últimos meses, o que compensou parcialmente as expectativas de uma oferta mais apertada, devido aos cortes de produção de outros produtores, especificamente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
Os últimos dados da Baker Hughes indicam que os perfuradores de petróleo nos EUA aumentaram o número de sondas em cinco na última semana, alcançando 511.
"Este é o número mais alto de sondas de petróleo ativas desde setembro do ano passado, quando vimos o WTI negociado acima de US$ 90/bbl várias vezes", adicionou a ING.
(Com contribuição de Amber Warrick. Tradução: Julio Alves)
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