Por Peter Nurse
Investing.com - Os preços do petróleo eram negociados em queda na quinta-feira (4), devolvendo os ganhos anteriores, baseados em uma redução adicional nos estoques dos EUA e em um acordo entre os principais produtores para manter os limites de fornecimento.
Por volta das 12h20 (horário de Brasília), os futuros do WTI caíam 0,4%, a US$ 55,44 o barril, após fechar quarta-feira no nível mais alto em mais de um ano, enquanto os futuros do Brent caíam 0,9%, a US$ 58,18 o barril, tendo atingido sua maior alta desde fevereiro do ano passado.
Os futuros da gasolina RBOB caíam 1,5%, para US$ 1,6285 o galão.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, decidiram estender sua atual política de contenção do fornecimento de petróleo em uma reunião na quarta-feira.
O grupo, liderado pela Arábia Saudita, instigou profundos cortes no fornecimento por muitos meses, a fim de tentar manter o mercado de petróleo em equilíbrio devido ao severo impacto na demanda causado pela pandemia de coronavírus que durou um ano.
A reunião do Comitê Técnico Conjunto Opep+ foi positiva, observaram analistas do ING, com o grupo esperando que as ações comerciais nos países da OCDE caiam abaixo da média de 5 anos quando chegarmos a junho.
“Isso está amplamente alinhado com a nossa perspectiva de preços, em que esperamos ver mais altas nos preços do petróleo no segundo semestre deste ano”, disse o ING, em nota de pesquisa.
Olhando para os EUA, os estoques já estão caindo, com o relatório de quarta-feira da Administração de Informações de Energia detalhando uma queda de 994.000 barris, o que significa que os estoques de petróleo bruto estão agora em seus níveis mais baixos desde março do ano passado.
Dito isso, os preços estão lutando para romper os principais níveis de resistência, com o Brent, em particular, caindo de US$ 60 por barril.
"Obviamente, ainda há muitos riscos de demanda flutuando, enquanto do lado da oferta há a questão do Irã e de quando veremos a oferta iraniana crescendo", acrescentou o ING.
Em notícias corporativas, a Royal Dutch Shell (LON:RDSa) (SA:RDSA34) continuou a série de resultados decepcionantes das grandes petrolíferas, com seu lucro líquido ajustado no quarto trimestre chegando a US$ 393 milhões, abaixo dos US$ 2,93 bilhões de um ano antes e US$ 955 milhões no trimestre anterior.
Isso segue resultados fracos de empresas como BP (NYSE:BP) (SA:B1PP34) e Exxon Mobil (NYSE:XOM) (SA:EXXO34), e indica que a recuperação da indústria de petróleo e gás da pandemia de coronavírus deve levar algum tempo, mesmo com o aumento dos preços do petróleo.