Investing.com - Os preços do petróleo avançaram nesta segunda-feira com a escalada do conflito entre iraquianos e forças curdas, que entraram em combate na cidade petrolífera de Kirkuk, o que aumentou os receios de uma interrupção na produção da região.
Em Nova York, os contratos futuros para entrega em novembro fecharam em alta de US$ 0,42, a US$ 51,87 o barril, enquanto o Brent, em Londres, subiu US$ 0,61 para encerrar a sessão a US$ 57,78 o barril.
Os preços da commodity avançaram com o receio dos investidores de uma queda na extração do Iraque – segundo maior produtor da Opep – após forças iraquianas avançarem para tomar a cidade de Kirkuk, sob controle curdo, em meio ao aumento de tensão entre Bagdá e o Governo Regional do Curdistão.
A demonstração de força das tropas do Iraque ocorre após a escalada do conflito com a votação dos curdos pela independência em referendo realizado em 25 de setembro. Kirkuk responde por cerca de 200 mil barris/dia dos cerca de 600 mil barris/dia produzidos pelos curdos iraquianos.
Também apoiou a alta dos preços o receio em relação a novas sanções sobre o Irã, depois de o presidente norte-americano Donald Trump decidir não certificar o acordo nuclear, fechado em 2015, que permitiu o retorno do país persa ao mercado global.
Pelos termos do acordo, o Irã aceitou paralisar seu programa nuclear por, no mínimo, 10 anos em troca de retirada de sanções, que prejudicaram fortemente sua economia e retirou cerca de 1 milhão de barris/dia de petróleo iraniano do mercado.
O corte potencial de oferta na região fez analistas revirem suas projeções para a cotação da commodity. Analistas do Bank of America preveem preço médio de US$ 54 para o Brent neste trimestre.
“Geopolítica é um risco importante em 2018, dado o menor volume de interrupções no mercado global de petróleo em cinco anos”, disseram analistas do banco em nota.