Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo apresentaram alta por no início da tarde desta sexta-feira, e seguem rumo a mais um ganho semanal, sustentados pela demanda em alta nos EUA no início da temporada de viagens de verão, ampliando as limitações de um mercado global já restrito. Pela manhã, a commodity estava no campo negativo.
Por volta das 13h08, os contratos futuros do petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preço nos EUA, eram negociados com alta de 0,47%, a US$ 114,63 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam queda de 0,68% a US$ 114,95.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam avanço de 1,39%, a US$ 3,9314 por galão.
Qualquer ganho esta semana significa que o mercado de petróleo terá registrado a sua quinta semana positiva consecutiva, a melhor sequência desde fevereiro, com aumento de mais de 50% nos contratos futuros só este ano.
Os EUA entram em um fim de semana prolongado no sábado, sendo que o feriado de Memorial Day, comemorado na segunda-feira, é normalmente considerado como o início da temporada de viagens rodoviárias de verão, e a demanda reprimida por viagens na economia reaberta dos EUA deve se sobrepor aos preços recordes da gasolina.
Dados divulgados na quarta-feira pela Energy Information Administration dos EUA mostraram um consumo maior que o esperado dos inventários de petróleo bruto na semana passada, o que significa maior demanda e é considerado, em geral, um fator bullish para preços do petróleo bruto.
O caráter apertado do mercado, especialmente nos EUA, levou o governo Biden a repensar a sua política energética, com a Bloomberg divulgando a administração está indagando indústria do petróleo sobre a possibilidade de reabertura de refinarias fechadas fim de ampliar o abastecimento doméstico.
O atual governo se iniciou com uma visão muito mais ecológica, mas claramente começam a se acumular as preocupações de que os elevados preços do petróleo podem ter um impacto decisivo nas eleições de novembro.
A Baker Hughes irá detalhar o número de plataformas de petróleo bruto em operação nos EUA mais tarde no pregão, como de costume.
Numa perspectiva mais ampla, o mercado ainda espera que a União Europeia concorde com um embargo ao petróleo russo, em retaliação pela invasão da Ucrânia por Moscou.
A Hungria se opôs ao plano, dada a sua dependência da Rússia para o seu abastecimento energético, mas o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou no início desta semana que está confiante na possibilidade de se chegar a um acordo antes da próxima reunião do órgão, no dia 30 de maio.
"Acreditamos que uma contração incisiva nas exportações Russas de petróleo poderia desencadear uma crise da commodity ao estilo dos anos 80, empurrando o Brent para além de US$ 150 por barril", afirmaram em relatório os analistas do Bank of America.
Dito isto, a Bloomberg publicou que volumes sem precedentes de petróleo russo estavam seguindo rumo à Índia e à China, com Kpler afirmando que entre 74 milhões e 79 milhões de barris estavam em trânsito e em FPSOs ao longo da semana passada, mais do dobro dos 27 milhões de barris imediatamente antes da invasão da Ucrânia em fevereiro.
O próximo ponto de interesse para o mercado será a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados na semana que vem, grupo conhecido como OPEP+.
A expectativa geral é de que o cartel aumente as metas de produção de julho em 432.000 barris por dia, mantendo o seu plano anterior e rejeitando os apelos do Ocidente por um aumento mais acelerado para tentar conter a alta dos preços.