O petróleo fechou em queda de mais de 2%, após a volta de temores sobre a saúde do setor bancário deflagrar uma fuga de ativos de risco no exterior, em meio a balanços mistos. O dólar forte agravou as perdas de commodities.
O petróleo WTI para junho fechou em queda de 2,14% (US$ 1,69), a US$ 77,07 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para julho cedeu 2,35% (US$ 1,94), a US$ 80,60 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O petróleo começou a sessão em alta, ampliando ganhos de ontem. Contudo, os preços inverteram sinal ainda pela manhã, diante do fortalecimento do dólar no exterior, e acelerou queda ao longo do dia, acompanhando a deterioração no sentimento de risco em Nova York.
Para a Oanda, investidores em Wall Street estão preocupados com as perspectivas para a economia e o enfraquecimento no consumo apresentados por resultados corporativos mistos no primeiro trimestre de 2023.
Em especial, circularam na imprensa diversos relatos de que o First Republic Bank (NYSE:FRC) ainda enfrenta dificuldades para solucionar a crise de liquidez que se seguiu à quebra do Silicon Valley Bank no mês passado. Ontem, o banco informou uma queda de 40% nos depósitos no primeiro trimestre, o que trouxe de volta à mesa os temores sobre o sistema bancário.
O mercado ainda acompanhou a queda na confiança do consumidor, monitorada pelo Conference Board, indicando temor de possível recessão nos próximos 12 meses. "A menos que vejamos o apetite pelo risco retornar rapidamente a Wall Street, as coisas podem ficar mais feias para os preços do petróleo", alerta a Oanda.
Também no radar, traders apontam resistência do mercado em manter dois dias seguidos de alta nos preços do petróleo enquanto aguardam relatórios semanais dos estoques de petróleo nos Estados Unidos, informa o Wall Street Journal. A cautela teria como base o temor sobre os dados de estoques, que poderiam gerar tendência de queda nos preços da commodity.
Em relatório, o Commerzbank destaca que o governo americano só deve recompor suas Reservas Estratégicas nacionais (SPR, na sigla em inglês) caso o petróleo recue ao nível de US$ 70. O banco observa que o WTI já está próximo deste nível e deve encontrar suporte em uma possível recomposição das reservas americanas. O Commerzbank avalia que, assim, dificilmente o WTI cairá abaixo de US$ 70, tendo em vista também o aperto na oferta da commodity após os cortes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).
*Com informações da Dow Jones Newswires