Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo registravam volatilidade nesta sexta-feira, devido a temores de um enfraquecimento da demanda mundial e à redução da restrição de oferta, após a decisão da Rússia de voltar a fornecer gás para a Europa e a retomada da produção na Líbia.
Às 11h20 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano avançava 0,33%, a US$ 96,64 por barril, enquanto o petróleo Brent subia 0,82%, a US$ 104,62, no mercado futuro.
O contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA apresentava alta de 2,49%, a US$ 3,2318 por galão.
As preocupações de que um agressivo aperto da política monetária por uma série de bancos centrais possa ter um grande peso sobre o crescimento global e, consequentemente, sobre a demanda petrolífera, atingiram em cheio o mercado do petróleo nos últimos meses.
O Banco Central Europeu se juntou ao clube na quinta-feira, elevando os juros em 50 pontos-base (pb), mesmo com dados divulgados na sexta-feira mostrando que a atividade na zona do euro teve contração em julho, devido a uma rápida desaceleração no setor industrial e à quase estagnação dos serviços.
Dados da Administração de Informações Energéticas dos EUA, apresentados na quarta-feira, mostraram que os estoques de gasolina no país tiveram uma alta de 3,5 milhões de barris na semana passada. Trata-se de um aumento muito maior do que o esperado durante o pico da temporada de viagens automotivas de verão no país, o que suscitou preocupações de que os preços elevados estariam dissuadindo os americanos de pegar o carro.
Ao mesmo tempo, os casos de Covid-19 na China estão perto da máxima de dois meses, desafiando a estratégia do país de restringir com rigidez a mobilidade, em detrimento do crescimento econômico.
Pelo lado da oferta, a decisão de Moscou de autorizar o retorno dos fluxos de gás do país para a Europa através do gasoduto Nord Stream 1 reduziu a pressão sobre a oferta de energia no continente.
“Os temores de uma recessão mundial e a retomada do fornecimento de gás russo para a Europa parecem ter sido os catalisados [das perdas recentes]”, afirmou Jeffrey Halley, analista da OANDA, “embora eu tenha certeza de que a volatilidade nas negociações esteja reduzindo a liquidez e exacerbando os movimentos".
Além disso, a Líbia, membro da Opep, anunciou que está retomando a produção, após remover o estado de força maior das exportações petrolíferas na semana passada. A expectativa é que a oferta do país ultrapasse 700.000 barris por dia e retorne para 1,2 milhão de barris por dia no prazo de uma semana a 10 dias.
Dito isso, surgiram notícias de confrontos violentos entre facções rivais na Líbia no início desta sexta-feira, apontando para a grande incerteza em relação à estabilidade do país e à segurança da sua infraestrutura petrolífera.
A contagem semanal de sondas divulgada pela Baker Hughes e os dados de posicionamento da CFTC encerram a semana, como de costume.