Petróleo salta 2% enquanto queda nos estoques dos EUA supera menos cortes da Opep

Publicado 15.07.2020, 15:28
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Por Barani Krishnan

Investing.com - É oficial: a Opep reduzirá os cortes de produção em 2,1 milhões de barris por dia a partir de agosto.

Mas, antes que os ursos do mercado pudessem expressar sua reação negativa a isso, outro acontecimento entrou em seu caminho na quarta-feira: números muito positivos para estoques petróleo dos EUA, relatados pela Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês).

A EIA disse que os estoques brutos caíram em 7,5 milhões de barris na semana que terminou em 11 de julho. Analistas monitorados pelo Investing.com esperavam uma queda de 2,1 milhões de barris após o aumento da semana anterior de 5,6 milhões de barris.

A grande queda impulsionou o West Texas Intermediate, índice de referência para futuros de petróleo nos EUA negociado em Nova York, a alta de 2%. Às 16h27 (horário de Brasília), o WTI subia 80 centavos de dólar, a US$ 41,09 por barril.

O Brent, referência mundial em petróleo negociada em Londres, subia 1,9%, ou 83 centavos de dólar, para US$ 43,73.

"Os preços do petróleo saltaram, seguindo a movimentação da Opep+ de retomar lentamente a produção de petróleo, e depois que o relatório de estoques de petróleo bruto da EIA mostrou uma queda muito maior e alguns sinais de que a demanda está melhorando", disse Ed Moya, analista da OANDA, de Nova York.

A melhoria da demanda relatada pela EIA incluiu uma queda de 3,1 milhões de barris em estoques de gasolina e quase 1,5 milhão de barris em estoques de destilados liderados pelo diesel. Os analistas esperavam uma queda de 643 mil nos estoques de gasolina e de quase 1,5 milhão de barris em destilados na semana passada.

E embora a previsão de queda tenha sido de cerca de 2 milhões de barris, muitos traders começaram a elevar a estimativa depois que o American Petroleum Institute publicou seus dados de estoque na terça-feira, indicando que o declínio pode chegar a 8,2 milhões .

Uma das razões para a enorme queda pode ser o fato de as importações terem atingido mínimas de quatro anos.

As entradas de petróleo nos EUA caíram em 1,8 milhão de barris na semana passada, informou a EIA, destacando meses de trabalho da Opep, ou precisamente da Arábia Saudita, para reduzir as remessas para os Estados Unidos, a fim de criar baixos níveis de estoque que aumentariam os preços do WTI.

"As importações registraram a pior queda semanal desde 2016, de 25%", disse Moya, refletindo o declínio de 1,8 milhão de barris da semana passada. "O mercado de petróleo continua avançando em direção ao equilíbrio, mas até que a perspectiva da demanda melhore, o petróleo WTI lutará muito".

A decisão da Opep, ou da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, de reverter os cortes de produção a partir de agosto pode afetar as perspectivas de demanda por petróleo.

A aliança Opep+, liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia, irá tirar 7,7 milhões de barris por dia do mercado em agosto, em comparação com os cortes de 9,6 milhões atualmente.

"À medida que avançamos para a próxima fase do acordo, o suprimento extra resultante da redução programada dos cortes na produção será consumido enquanto a demanda continuar em seu caminho de recuperação", disse o ministro da Energia saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman, no início da reunião da Opep+ na quarta-feira. “Economias em todo o mundo estão se abrindo, embora este seja um processo cauteloso e gradual. Os sinais de recuperação são inconfundíveis.”

Como se ele pudesse prever que a mídia enfatizaria a reversão dos cortes, e não o provável crescimento da demanda pela frente, o príncipe saudita implorou à imprensa na quarta-feira que "por favor relate a história toda".

Mas, independentemente de sua súplica, uma redução de 2 milhões de barris nos cortes da Opep pode ajudar bastante a apagar a queda semanal do petróleo dos EUA - especialmente se os sauditas começarem a enviar mais carga aos Estados Unidos, o maior consumidor de petróleo do mundo.

E o júri ainda não divulgou como a demanda por petróleo poderá crescer em meio à nova onda de infecções por coronavírus em todo o mundo. Nos Estados Unidos, o vírus infectou mais de 3,5 milhões de pessoas e matou quase 140.000, com novos recordes sendo estabelecidos em alguns estados dos EUA em registros diários de casos.

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