Por Geoffrey Smith
Investing.com - Os preços do petróleo permaneceram sob pressão na sexta-feira, lutando para se manter acima de US$ 40 por barril depois de cair na quinta-feira em resposta a números alarmantes do PIB do segundo trimestre e sinais de que o mercado de trabalho dos EUA está enfraquecendo novamente.
Às 11h51 (horário de Brasília), os contratos futuros de petróleo dos EUA caíam 0,2%, a US$ 39,84 por barril, enquanto os futuros de Brent caíam 0,5%, a US$ 43,05 por barril.
A gasolina RBOB futuros também permaneceu sob pressão, caindo 2,2%, para US$ 1,1650 por galão, após dados mostrando uma queda na renda pessoal em junho e uma revisão do índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan.
O dia foi dominado pela publicação de resultados com perdas recordes tanto pela Exxon Mobil (NYSE:XOM) quanto pela Chevron (NYSE:CVX), os dois maiores produtores dos EUA. Essa notícia se seguiu ao anúncio da ConocoPhilips de uma perda de US$ 1 bilhão no início da semana.
Por mais massivos que fossem os números, ainda são em grande parte dados históricos, com o mercado spot mais preocupado com a mudança iminente na dinâmica de oferta e demanda a partir da próxima semana. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo deve restaurar 2 milhões de barris de petróleo por dia nos mercados mundiais, nos termos de seu acordo de restrição à produção com não-membros como a Rússia. Isso chega no momento em que a recuperação mundial da demanda de combustível está ameaçada por uma segunda onda do Covid-19, à medida que mais e mais países (principalmente Austrália e Reino Unido nas últimas 24 horas) retomam medidas de bloqueio para parar crises locais.
Nos EUA, há sinais de que a curva de novas infecções está se achatando nas principais regiões consumidoras de combustível Califórnia, Texas e Flórida. Mas, com a coordenadora da força-tarefa da Casa Branca Deborah Birx alertando na quinta-feira que as viagens foram um fator importante na segunda onda - e em uma onda crescente de casos nos estados do centro-oeste - a ameaça à demanda ainda é clara o suficiente.
De acordo com Patrick de Haan, da Gasbuddy, a demanda de gasolina na quinta-feira foi de -4,50% em relação ao nível da semana anterior, enquanto nos cinco dias até quinta-feira, caiu -0,9% no período correspondente na semana anterior.
Ainda na sexta-feira, a Administração de Informação de Energia irá divulgar números que mostram a profundidade da redução de produção no mês de maio. Os números fornecerão um guia aproximado sobre a rapidez com que as empresas norte-americanas começaram a colocar a produção de volta após o choque dos bloqueios.