Investing.com — O petróleo avança nesta segunda-feira, 6, após as quedas da semana passada, com a perspectiva de oferta restrita até o fim do ano, depois que dois grandes países produtores confirmaram que manterão seus cortes voluntários na produção.
Às 12h20 de Brasília, o barril de Brent subia 1,40% para US$ 86,09, enquanto o West Texas Intermediate avançava 1,60% para US$ 81,80, no mercado futuro. Ambos os contratos caíram cerca de 6% na semana passada.
Arábia Saudita/Rússia mantêm cortes na produção
A Arábia Saudita e a Rússia, grandes exportadores de petróleo, afirmaram no domingo que continuarão com suas reduções de oferta até o final do ano, indicando mercados mais apertados.
"Esses produtores já sinalizavam que manteriam os cortes, mas o que o mercado quer saber é se eles vão estender esses cortes até o início de 2024", disseram analistas da ING, em uma nota.
"Nossa projeção mostra que o mercado terá superávit no 1T24, o que pode levar os sauditas e russos a continuar com os cortes durante o período de menor demanda do primeiro trimestre."
Aperto adicional na oferta
Outro fator que contribui para a oferta mais restrita é a queda na contagem de sondas de petróleo dos EUA, que recuou oito na última semana para 496, segundo dados da Baker Hughes, interrompendo três semanas de altas.
"A baixa resposta dos produtores dos EUA ao atual cenário de preços deve dar confiança aos sauditas para reter oferta do mercado sem o risco de perder mercado para os produtores dos EUA", acrescentou a ING.
Recuperando-se da liquidação da semana passada
O mercado se recupera depois de ambos os benchmarks caírem cerca de 6% na semana passada, com a redução do prêmio de risco da guerra entre Israel-Hamas, que não afetou o abastecimento no Oriente Médio.
Israel rejeitou a pressão internacional por um cessar-fogo, mas a diplomacia dos EUA na região até agora ajudou a amenizar o conflito.
Dados de comércio e inflação da China estão por vir
Os investidores de petróleo estão de olho nos indicadores econômicos da China, que serão divulgados no final da semana. Os dados de comércio do país asiático, que saem na terça-feira, devem mostrar a demanda por commodities no país.
As importações de petróleo da China e o consumo de combustível têm sido fortes este ano, mas o país tem aumentado seus estoques, o que pode levar a uma redução nas compras nos próximos meses. Os investidores também temem uma queda no consumo de combustível, especialmente se a economia piorar.
Os dados de inflação, que saem na quinta-feira, devem revelar os padrões de gastos do maior importador de petróleo do mundo, que tem enfrentado a desinflação nos últimos meses.
Apesar do PIB do terceiro trimestre da China ter crescido acima do esperado, vários indicadores de outubro mostraram que a atividade empresarial ficou fraca, indicando um quarto trimestre mais lento.
(Com contribuição de Ambar Warrick. Tradução de Julio Alves)