Investing.com – O petróleo se valorizava nesta quarta-feira, 20, atingindo seu maior nível em duas semanas, com o aumento das tensões no mar Vermelho, que podem afetar o fluxo mundial da commodity.
Às 11h45 de Brasília, o barril do West Texas Intermediate (WTI), que serve de referência para os EUA, subia 1,7%, a US$ 75,18, enquanto o de Brent, referência mundial e para a Petrobras (BVMF:PETR4), avançava 1,2%, a US$ 80,44 no mercado futuro.
Grécia recomenda evitar navegação no Iêmen
Os preços foram alçados pelos temores de que ataques de mísseis e drones a navios no mar Vermelho pelo grupo Houthi do Iêmen, apoiado pelo Irã, interrompam o fornecimento global de petróleo bruto.
Cerca de 12% do comércio marítimo mundial passa pelo canal de Suez, ligando o Mediterrâneo ao mercado asiático.
Esses receios se intensificaram nesta quarta, após a Grécia orientar os navios comerciais que transitam na região a evitarem as águas iemenitas. Os armadores gregos controlam cerca de 20% da capacidade de carga dos navios comerciais do mundo.
Os Estados Unidos anunciaram a criação de uma força-tarefa naval multinacional para proteger o comércio na região, mas os Houthis prometeram continuar seus ataques, que dizem ser em apoio aos palestinos em Gaza.
Estoques dos EUA surpreendem com alta
Essas preocupações colocaram um prêmio de risco no mercado petrolífero, ofuscando os dados do Instituto Americano do Petróleo (API, na sigla em inglês), que mostraram que os estoques do produto nos EUA subiram inesperadamente na semana encerrada em 15 de dezembro.
Segundo o API, os estoques cresceram 0,9 milhão de barris, contrariando a expectativa de uma queda de 2,2 milhões de barris.
O dado indicou que a oferta norte-americana deve seguir elevada no início de 2024, já que a produção do país atingiu níveis recordes para preencher uma lacuna de produção deixada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Os dados oficiais de estoque da Administração de Informações Energéticas devem ser divulgados ainda nesta quarta-feira, fornecendo mais detalhes sobre a demanda de combustível no país e a produção das refinarias ao final de 2023.
Os EUA compraram 2,1 milhões de barris de petróleo para entrega em fevereiro, disse seu Departamento de Energia na terça-feira, enquanto o país continua a reabastecer suas reservas.
Inflação europeia perde força
O mercado também foi favorecido na quarta-feira, com a queda da inflação na Alemanha, medida pelos preços ao produtor, e no Reino Unido, onde a inflação caiu em novembro para a menor taxa em mais de dois anos.
Evidências de que a inflação está perdendo força na Europa aumentaram as expectativas de que o Banco Central Europeu, assim como o Banco da Inglaterra, começarão a reduzir as taxas de juros no início do próximo ano, potencialmente estimulando a atividade econômica e, consequentemente, a demanda petrolífera.
(Ambar Warrick contribuiu para este artigo. Tradução de Julio Alves.)