Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo subiram na sexta-feira, impulsionados por comentários otimistas da Agência Internacional de Energia, embora o mercado ainda siga rumo a perdas semanais após os dados de inflação forte nos EUA e à medida em que as negociações nucleares com o Irã prosseguem.
Às 13h53, os contratos futuros do petróleo WTI, negociado em Nova York e referência de preços para os EUA, eram negociados com alta de 1,77%, a US$ 91,47 por barril, enquanto o contrato do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, subia 1,64%, para US$ 92,91.
"O mercado petrolífero está incrivelmente apertado", disse Toril Bosoni, chefe da divisão de mercados e indústria da IEA, numa entrevista televisiva na Bloomberg, na sexta-feira. "Os preços continuam subindo, e agora estão atingido níveis que são desconfortáveis para os consumidores de todo o mundo".
A agência citou a luta "crônica" da coalizão da OPEP+ para revitalizar a produção em função do aperto do mercado, dizendo que, a menos que os grandes produtores do grupo, ou seja, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, extraiam mais petróleo para exportação, os preços irão sem dúvida aumentar ainda mais.
O déficit no final do ano entre a quantidade de petróleo que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, grupo conhecido como OPEP+, deveria ter bombeado e o que efetivamente liberou desde o início de 2021 poderia chegar a 1 bilhão de barris, segundo estimativa da IEA.
O instituto com sede em Paris também elevou a sua projeção de demanda de 2022 em 800.000 barris por dia, vendo a procura global crescer 3,2 milhões de barris por dia este ano.
Isto se segue ao aumento por parte da OPEP de sua estimativa para a demanda global este ano em 4,15 milhões de barris por dia, em seu relatório mensal divulgado na quinta-feira.
Dito isto, os preços do petróleo estão no caminho do seu primeiro declínio semanal após sete semanas semanas consecutivas de ganhos, com os investidores acompanhando as conversas em curso entre o Ocidente e o Irã a respeito da possível restauração de um tratado que limite as ambições nucleares do país do Golfo Pérsico.
Um acordo poderia suspender as sanções dos EUA sobre o petróleo iraniano, trazendo mais de um milhão de barris por dia de volta ao mercado, o que representa mais de 1% da oferta global.
Outro fator pesando sobre o mercado do petróleo é o relatório de inflação altíssima, que incrementou as perspectivas de aumentos agressivos da taxa de juros por parte do Federal Reserve, dando um impulso ao dólar.
O dólar mais forte torna os preços das commodities, expressos na moeda, mais caros para compradores estrangeiros, inclusive o petróleo.
A contagem de plataformas da Baker Hughes, que na semana passada atingiu o seu número mais alto desde abril de 2020, e os dados de posicionamento do CFTC irão fechar a semana no que diz respeito ao mercado petrolífero.