Por Barani Krishnan
Investing.com - Os preços do petróleo subiram na segunda-feira (29), superando uma sessão agitada, mas é improvável que a volatilidade da última quinzena desapareça pelo menos até depois da reunião desta semana da Opep+.
O West Texas Intermediate negociado em Nova York, a referência para o petróleo dos EUA, fechou em alta de 59 centavos de dólar, ou 1%, a US$ 61,56. A commodity caiu 2,5% no início do dia.
O Brent negociado em Londres, a referência global para o petróleo, terminou a sessão em alta de 57 centavos, ou 0,9%, a US$ 64,35. O contrato chegou a cair 2,4% durante a sessão.
O petróleo conseguiu fechar em alta, apesar de ter caído no início do dia com a notícia de que o Ever Given, o navio de contêineres que bloqueou o Canal de Suez na semana passada, foi liberado, garantindo um retorno à normalidade para os embarques globais de petróleo bruto.
"Os preços do petróleo devem se consolidar antes da reunião da Opep+, mas podem cair se a tendência do dólar forte continuar", disse Ed Moya, analista de mercado sênior da OANDA de Nova York.
Desde abril, a Opep+, grupo de 23 nações, reteve entre 7 milhões e 9 milhões de barris por dia de abastecimento do mercado.
Esses cortes ajudaram o WTI a subir de pouco menos de US$ 36 por barril em 30 de outubro para pouco menos de US$ 68 em 8 de março. O Brent passou de menos de US$ 38 para pouco acima de US$ 71 no mesmo período. Mas, na última quinzena, os dois contratos perderam cerca de 10% dessas altas.
O componente mais crítico dos cortes da Opep+ tem sido a porção saudita - que respondeu por algo entre 1 milhão e 2 milhões de barris por dia desde abril.
Em janeiro, quando os ursos do petróleo apostavam na aliança para aumentar a produção em meio a sinais de fortalecimento da recuperação da demanda, os sauditas decidiram por um corte adicional de um milhão de barris para fevereiro e março, elevando os preços do petróleo. O ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Abdulaziz bin Salman, vangloriou-se na época de que tornaria a vida "um inferno" para os vendedores a descoberto de petróleo.
Quando a Opep+ se reuniu novamente no início deste mês para decidir os níveis de produção de abril, os sauditas anunciaram novamente um corte de 1 milhão de barris para o próximo mês, em vez de um aumento na produção. A diferença, porém, foi o tom do ministro do Petróleo, Abdulaziz, que parecia genuinamente preocupado com a demanda.
Na reunião desta semana para as cotas de maio, as apostas são de que os sauditas irão tentar restringir a produção novamente.
Mas alguns investidores acham que o reino terá flexibilidade limitada para surpreender o mercado de qualquer maneira.