Investing.com – Enquanto diversos navios petroleiros e de produtos petrolíferos teriam se desviado do Mar Vermelho em meio ao aos embates na região, a extensão dos objetivos dos Houthi aumentaria de forma expressiva o número de navios em risco e traz desafios logísticos para o mercado da commodity. Como alternativas ao transporte na importante rota marítima, estão o Canal de Suez e o contorno do Cabo da Boa Esperança.
Dados da S&P Global Market Intelligence aponta 21,5% de petróleo refinado e mais de 13% de petróleo bruto importados para a Europa, Oriente Médio e norte de África, passaria pelo local.
Segundo a empresa americana de serviços financeiros StoneX, que tratou do tema em relatório, a escalada das tensões no Mar Vermelho não seria insignificante para os mercados de petróleo, que tem riscos elevados no curto prazo.
“Uma parte significativa da carga petrolífera que viaja através do Mar Vermelho é tradicionalmente destinada à Europa. Existe um risco acrescido de danos, e mesmo de perda de abastecimento, devido aos ataques dos Houthi aos navios Aliados. Um ataque bem sucedido a um navio-tanque é um risco particular para o resto da semana que se inicia. Este risco estende-se não apenas aos 100 petroleiros no Mar Vermelho, mas a outra multidão de navios no Golfo Pérsico”, alerta.
A StoneX pondera que o petróleo não está concentrado no local. “No número de petroleiros no Mar Vermelho caiu para o nível mais baixo dos últimos 18 meses e deverá cair para menos de 100 (incluindo apenas os carregados de carga) pela primeira vez desde março de 2022”, detalha.
No entanto, o aumento das tensões não muda as projeções de longo prazo do brent, com estimativa de média de US$81 o barril neste ano.
O banco suíço Julius Baer, por sua vez, avalia que ainda que os conflitos desafiem a logística e o comércio global, o impacto econômico a nível global deve ser insignificante. “O amplo armazenamento de energia amortece quaisquer riscos de abastecimento a curto prazo, enquanto uma escalada significativa no Médio Oriente parece improvável”, contrapõe, em nota ao mercado.
“Os grandes transportadores de petróleo bruto sempre passavam por África e apenas os petroleiros menores utilizavam a rota do Suez. Parte do comércio de gás natural iniciou uma jornada mais longa, mas isso não altera a segurança do abastecimento da Europa”, completa.
Às 16h29 (de Brasília), os futuros do petróleo WTI, referência nos EUA, perdiam 0,40%, a US$72,50, enquanto os do brent registravam alta de 0,17%, a US$78,33 o barril.