Dólar tem 4ª queda consecutiva e volta a ser cotado abaixo dos R$5,40

Publicado 20.10.2025, 17:22
Atualizado 20.10.2025, 17:28
© Reuters.

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar seguiu se ajustando em baixa nesta segunda-feira e emplacou a quarta queda consecutiva no Brasil, para abaixo dos R$5,40, após oscilar acima dos R$5,50 em sessão recente.

Em um dia no geral positivo para os ativos brasileiros, o dólar à vista fechou com baixa de 0,67%, aos R$5,3704, enquanto no exterior a moeda norte-americana tinha sinais mistos ante as demais divisas de países emergentes.

No ano, o dólar acumula queda de 13,09% ante o real.

Às 17h02, na B3, o dólar para novembro -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,65%, aos R$5,3900.

No exterior, em meio a notícias sobre o novo governo a ser formado no Japão e a preocupações com o risco de crédito nos Estados Unidos, o dólar manteve sinais mistos em relação aos pares do real. A moeda norte-americana subia ante a lira turca e o peso mexicano no fim da tarde, mas recuava ante o rand sul-africano e o peso chileno.

Em relação ao real, o dólar engatou perdas desde o início da sessão, refletindo em grande parte o diferencial de juros favorável ao país, avaliou o diretor de Análise na Zero Markets Brasil, Marcos Praça.

“O mercado já comprou dois cortes de juros nos Estados Unidos este ano. Ele está convicto de que haverá corte de juros, e isso impacta o diferencial de juros”, comentou Praça.

Com a expectativa de juros mais baixos nos EUA e manutenção da taxa básica Selic em 15% no Brasil, o diferencial de juros favorável tem atraído dólares para o país.

Na mínima do dia, às 13h33, o dólar à vista foi cotado a R$5,3668 (-0,73%).

“É fundamental considerar que esse tipo de alívio no câmbio pode ser temporário, especialmente diante da volatilidade observada nos Treasuries e das incertezas quanto ao cenário fiscal doméstico”, alertou à tarde Ricardo Trevisan Gallo, presidente-executivo da Gravus Capital, em comentário escrito.

Um dos receios do mercado é o de que, visando a reeleição em 2026, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncie mais ações com impacto fiscal, sem que haja contrapartidas para fechar o Orçamento. Neste caso, o dólar poderia se fortalecer novamente.

“Ano que vem teremos eleições, e medidas populistas causam incerteza. Por isso, o dólar pode se acomodar perto dos R$5,30 -- este pode ser o fundo deste ciclo de baixas”, opinou Praça.

Na tarde desta segunda-feira, o governo lançou um programa de R$40 bilhões em crédito para reforma de casas no Brasil, que envolverá recursos do Fundo Social e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Pela manhã, o boletim Focus do Banco Central mostrou que os economistas do mercado mantiveram a projeção de um dólar a R$5,45 no fim deste ano e a R$5,50 no encerramento de 2026.

Também pela manhã, o BC vendeu US$1 bilhão em leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra), para rolagem do vencimento de novembro. Além disso, vendeu 40.000 contratos de swap, para rolagem de novembro.

Às 17h07, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,06%, a 98,597.

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