Por Geoffrey Smith
Investing.com – Os preços do petróleo atingiram seu menor patamar em 15 meses nesta quarta-feira, 15, devido a dados mais amenos de atividade na China e temores relacionados a sinais de estresse no setor financeiro, o que poderia prejudicar a economia mundial nos próximos meses.
O barril de WTI no mercado futuro atingiu a mínima de US$ 70,03 durante a janela asiática de negociações, após a divulgação de números de produção industrial na China para os dois primeiros meses do ano, a qual cresceu apenas 2,4% em relação ao mesmo período do ano passado, ficando abaixo das expectativas. Trata-se de um início de ano fraco, diante das expectativas de retomada forte do setor, responsável por grande parte da demanda petrolífera mundial nos últimos anos. Às 10h45 de Brasília, o barril do Texas registrava uma queda de 3,57%, cotado a US$ 68,78. Já o barril de Brent registrava uma perda de 3,51%, cotado a US$ 74,73.
Os preços foram novamente impactados por mais sinais de fraqueza no setor bancário mundial, que registrou profundas perdas na esteira da falência de três bancos dos EUA na semana passada. As ações do Credit Suisse (SIX:CSGN) atingiram a mínima histórica, após a divulgação de notícias de que o Saudi National Bank (TADAWUL:1180) havia se recusado a injetar mais dinheiro na instituição, devido a uma norma regulatória que lhe impedia de realizar maiores aportes de capital no banco.
A fraqueza do setor financeiro rememorava os eventos da grande recessão de 2008-2009, que fizeram os preços do petróleo recuarem da máxima de US$ 148 por barril até a mínima de US$ 32 em cinco meses.
Além disso, a Agência Internacional de Energia (AIE) informou que os estoques mundiais atingiram seus maiores níveis em 18 meses, devido à queda da demanda e a um gradual aumento da oferta de países não membros da Opep, compensando o choque causado pela invasão da Rússia na Ucrânia há um ano. A AIE afirmou que espera que isso, em conjunto com o crescimento mais lento das economias avançadas, amenize o forte aperto que o mercado à vista deve registrar ainda neste ano, com o aumento esperado da demanda chinesa.
Os estoques seguiam em alta nos EUA, com base em informações do Instituto Americano do Petróleo, dando conta de um aumento de 1,1 milhão de barris no armazenamento, ao longo da semana passada. Os dados oficiais estão previstos para hoje, às 11h30 de Brasília. A Administração de Informações Energéticas também declarou, na terça-feira, que espera que a produção de shale oil nos EUA alcance seu maior nível desde 2019 em abril, embora os incrementos de produção no país estejam diminuindo, o que indica que o aumento da oferta norte-americana estaria perto de atingir o topo.
As projeções da agência corroboraram as estimativas da Opep na terça-feira. O cartel elevou sua previsão de crescimento da demanda da China em 120.000 b/d, para 710.000 b/d, mas cortou suas estimativas para a demanda da OCDE na mesma magnitude.