Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - A Polícia Federal informou na manhã desta segunda-feira que concluiu no domingo uma operação de três dias contra o garimpo ilegal na Amazônia e apontou um sistema de monitoramento por satélite que contratou como "fundamental" para realizar a operação, apesar de o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) afirmar que oferece o mesmo serviço.
"As investigações foram realizadas com o auxílio de um sistema de monitoramento remoto contratado pela Polícia Federal, que possibilita o acesso a imagens e alertas diários de detecção de mudanças ambientais com acompanhamento por satélite, o que permitiu a rápida localização do garimpo ilegal. A celeridade na disponibilização das imagens permitida por esse sistema demonstra-se fundamental para o efetivo combate aos crimes ambientais no país", disse a PF em nota.
"As investigações da PF apontam fortes indícios no sentido de que a bacia hidrográfica e a fauna da região foram atingidas por mercúrio, metal líquido utilizado no processo da extração do ouro."
Segundo comunicado da PF, a operação contra o garimpo no rio Boia e afluentes, no município de Jutaí (AM), contou com a participação de 32 policiais federais e durou três dias. Foram desativadas quatro dragas e três balsas, onde havia cerca de 50 mil litros de diesel e de gasolina e que eram utilizadas como centro logístico para a distribuição de combustível. Além disso, foram apreendidos documentos e objetos que serão usados pela PF na apuração.
"A operação Minamata está no contexto de um esforço integrado de várias instituições para o planejamento e execução de trabalhos investigativos e ostensivos policiais voltados à proteção e preservação da Amazônia e dos demais biomas, bem como das Terras Indígenas", afirmou.
A PF contratou o serviço de monitoramento via satélite sob argumento da necessidade de monitorar queimadas e desmatamento na Amazônia. O Inpe monitora queimadas e desmatamentos na floresta e tem um serviço de alertas de desmatamento em tempo real, chamado Deter.