Por Aref Mohammed
BASRA, Iraque (Reuters) - A tropa de choque da polícia do Iraque usou cassetetes para dispersar cerca de 250 manifestantes reunidos diante da entrada principal do campo de petróleo de Zubair, próximo de Basra, nesta terça-feira, à medida que crescem os protestos em cidades do sul do país provocados pela precariedade dos serviços básicos.
Desde que os protestos começaram nove dias atrás os manifestantes já atacaram edifícios do governo, representações de partidos políticos e de milícias xiitas poderosas e invadiram o aeroporto internacional situado na cidade sagrada de Najaf.
Autoridades e fontes da indústria disseram que os protestos não afetaram a produção do campo de Zubair, administrado pela italiana Eni, assim como em outros grandes campos de petróleo como Rumaila, da BP, e West Qurna 2, da Lukoil.
Muitos iraquianos acreditam que seus líderes não compartilham a riqueza petrolífera do país. Alguns manifestantes disseram que trabalhadores estrangeiros estão roubando seus empregos em petroleiras. Três manifestantes foram mortos, um deles em West Qurna 2.
"Nós, o povo de Basra, ouvimos falar do petróleo iraquiano e suas grandes rendas, mas jamais desfrutamos de seus benefícios", disse o manifestante Esam Jabbar, de 24 anos, que afirmou estar desempregado.
"Estranhos têm empregos decentes em nossos campos de petróleo e nós não temos dinheiro para comprar um cigarro. Isso está errado e tem que acabar", acrescentou.
Na entrada de Zubair, a polícia golpeou manifestantes nas costas e pernas com cassetetes e mangueiras de borracha. Um policial ficou ferido no rosto depois que manifestantes jogaram pedras.