SÃO PAULO (Reuters) - Os preços da gasolina, etanol e diesel registraram avanços em junho na comparação com maio, impulsionados por repasses de altas nas refinarias, conforme levantamento da Ticket Log divulgado nesta segunda-feira.
De acordo com o Índice de Preços Ticket Log (IPTL), junho foi o primeiro mês do ano a apresentar altas para os três principais combustíveis, em meio a uma flexibilização gradual de quarentenas contra a Covid-19 em algumas regiões do Brasil.
A gasolina, que em maio era encontrada por 4,005 reais por litro, foi vendida em junho ao preço médio de 4,151 reais, alta de 3,63%.
O etanol fechou o mês passado com valor médio de 3,320 reais por litro, incremento de 3,59% em relação a maio, quando era comercializado a 3,206 reais.
Já o diesel, combustível mais utilizado do Brasil, apresentou aumento de 1,38% em junho.
A gasolina foi o único combustível com elevação em todos os Estados brasileiros, enquanto os demais chegaram a registrar queda em alguns locais, apesar do movimento geral de alta em todas regiões, disse a análise.
"O aumento no preço dos combustíveis já estava previsto como reflexo gradativo, nas bombas, do repasse de alta às refinarias que aconteceu em maio", disse o chefe de Mercado Urbano da Edenred Brasil, Douglas Pina.
Desde 7 de maio, a Petrobras (SA:PETR4) realizou oito reajustes de preços da gasolina vendida em suas refinarias. Com isso, o valor do combustível vendido pela estatal acumulou alta de mais de 80% frente ao patamar mais baixo do ano, verificado no final de abril (0,9160 real/litro), conforme acompanhamento dos dados feito pela Reuters.
"A partir do último mês também começamos a perceber uma flexibilização maior da quarentena em muitas cidades brasileiras, com isso temos mais veículos em circulação, o que torna mais perceptível esse aumento (de preços) para os motoristas", acrescentou Pina.
Na análise por região, a gasolina mais cara do país em junho foi vendida no Sudeste, por 4,198 reais por litro, um aumento de 2,97%. Em maio, os maiores preços haviam sido registrados no Nordeste.
Já a menor cotação para o combustível foi registrada nas bombas do Sul, por 3,940 reais por litro, porém com o maior aumento nacional, de 4,7%.
No etanol, o produto mais barato foi comercializado no Centro-Oeste, por 2,896 reais por litro, avanço 2,26% na variação mensal, enquanto a região Norte ainda manteve a liderança com o maior preço médio para o etanol, de 3,568 reais por litro, alta de 0,59% ante maio.
No diesel, a região Norte seguiu a linha apontada em maio e manteve o combustível mais caro do país, com média de 3,543 reais por litro, ante os 2,956 reais da região Sul.
O IPTL é um índice mensal de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 18 mil postos credenciados da Ticket Log, com cerca de 1 milhão de veículos administrados pela marca e média de oito transações por segundo.
(Por Nayara Figueiredo)