Por Laila Kearney
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo avançaram mais de 1% nesta segunda-feira, apoiados por dados econômicos positivos dos Estados Unidos, Europa e Ásia, embora investidores sigam preocupados com o aumento no número de casos de Covid-19 no mundo e com o excesso de oferta, à medida que a Opep começa a flexibilizar seus cortes de produção.
O petróleo Brent fechou em alta de 0,63 dólar, ou 1,45%, a 44,15 dólares por barril, enquanto o petróleo dos EUA (WTI) avançou 0,74 dólar, ou 1,8%, para 41,01 dólares o barril.
A atividade manufatureira dos EUA acelerou para o maior nível em quase um ano e meio em julho, com a quantidade de encomendas crescendo mesmo diante do avanço da Covid-19, disse o Instituto para Gestão de Oferta.
Uma pesquisa semelhante mostrou que no mês passado a atividade manufatureira na zona do euro expandiu pela primeira vez desde o início de 2019, enquanto dados do setor na Ásia também deram apoio às cotações do petróleo.
"O setor industrial está voltando a acelerar, e isso é um bom sinal para a demanda no futuro", disse John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York.
Investidores, no entanto, ainda mantêm uma dose de temor quanto à recuperação econômica, à medida que a contagem de casos de coronavírus avança, atingindo quase 18 milhões globalmente e forçando a imposição de novas restrições em vários países.
A perspectiva de excesso de oferta também limita os ganhos da commodity, já que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, entre eles a Rússia, preparam-se para reduzir os cortes de bombeamento que vinham promovendo, enquanto a produção de "shale" dos EUA começa a aumentar.
(Reportagem adicional de Bozorgmehr Sharafedin, em Londres, e Yuka Obayashi, em Tóquio)