Por Barani Krishnan
Investing.com - Os preços do petróleo permaneceram baixos nesta sexta-feira, interrompendo duas semanas seguidas de fortes ganhos. Os investidores reagiram com pessimismo as notícias de que a Opep estará revertendo os cortes na produção.
Os contratos futuros negociados em Nova York - WTI, referência para petróleo nos EUA, caíram 14 centavos, ou 0,34%, a US$ 40,61 por barril. Já o Brent, contratos negociados em Londres e referência mundial em petróleo, caíram 25 centavos, ou 0,58%, para US$ 43,12.
Na semana, o WTI terminou praticamente estável, enquanto o Brent mostrou uma perda de quase 0,3%.
A subida dos preços do petróleo desacelerou desde quinta-feira, depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) anunciou que, no próximo mês, começaria a reverter os cortes de 20% na produção que mantinha desde o início de maio.
Isso significa que a aliança da Opep+, liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia, reteria 7,7 milhões de barris por dia do mercado a partir de agosto, um volume menor em relação aos 9,6 milhões de barris do acordo que vigora até neste mês.
Os investidores estão avaliando se "uma série constante de manchetes de queda de demanda vai persistir nas próximas semanas", diz Ed Moya, da OANDA, uma plataforma de negociação on-line de Nova York.
"O consumo de combustível não está se recuperando fortemente", acrescentou Moya, concordando com o analista de petróleo da Reuters John Kemp em uma nota publicada na sexta-feira.
Kemp disse que os investidores e refinarias de combustíveis estão se tornando mais pessimistas quanto às perspectivas para a economia global e o transporte para o resto deste ano, mesmo se os produtores de petróleo da Opep+ tentarem elevar os preços do petróleo.
"A Opep+ está ansiosa para ver os preços mais altos do petróleo o mais rápido possível, mas sua ambição provavelmente será frustrada a curto prazo pela pequena recuperação no consumo de combustível", escreveu Kemp.
"Os prêmios de preço da gasolina e do diesel sobre o petróleo estão baixos ou em queda há quase quatro semanas desde 23 de junho, em meio à crescente ansiedade sobre um ressurgimento do coronavírus e uma nova rodada de bloqueios".
Os surtos de infecções por coronavírus estão retardando a recuperação do uso de combustível e aumentando a preocupação de que possa levar anos antes que o consumo se recupere dos efeitos da pandemia.
Os Estados Unidos registraram pelo menos 75.000 novos casos de COVID-19 na quinta-feira, um recorde diário. A Espanha e a Austrália registraram seus maiores saltos diários em mais de dois meses, enquanto os casos continuaram a subir na Índia e no Brasil.