SÃO PAULO (Reuters) - A receita com a exportação de soja do Brasil somou 42,9 bilhões de dólares em 2024, queda de 19,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior, por conta de menores preços e volumes exportados, de acordo com dados do governo brasileiro publicados nesta segunda-feira.
Com o resultado, o petróleo superou a soja e se tornou, pela primeira vez, o principal produto da pauta exportadora do país, confirmando expectativas da indústria petrolífera.
O total obtido com as exportações de petróleo brasileiro atingiu 44,8 bilhões de dólares, alta anual de 5,2%, com impulso de maiores volumes, que mais do que compensaram uma queda de 4,4% na cotação média do produto embarcado ao exterior.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o preço médio da soja exportada pelo país recuou 16,9%, enquanto os volumes caíram 3% na comparação com o recorde de mais de 100 milhões de toneladas de 2023 --em 2024, o Brasil contou com menor oferta após uma quebra de safra.
A exportação de minério de ferro teve baixa de 2,4% em 2024 na comparação com o ano anterior, para 29,8 bilhões de dólares.
Entre os destaques positivos dos principais produtos exportados, segundo a Secex, estão o açúcar, com crescimento de cerca de 18% na receita, para 18,6 bilhões de dólares.
As exportações de carne bovina geraram divisas de 11,66 bilhões de dólares, com alta de 22,8%, em meio a embarques recordes, que mais do que compensaram uma queda de 3,3% nos preços médios.
Outro destaque positivo foi o café (não torrado), com crescimento de 55% na receita, para 11,34 bilhões de dólares, impulsionada tanto pelos preços (18,5%) como pelos volumes (30,8%).
As receitas com as exportações de carne de aves superaram 9 bilhões de dólares, com aumento de 1,2% ante 2023, apesar de uma redução de 1,8% nos preços.
Assim como a soja, as exportações de milho do Brasil em 2024 recuaram em receita quase 40%, para 8,18 bilhões de dólares, após recordes de 2023. Os volumes tiveram baixa de quase 30% em meio à menor oferta interna e boa demanda da indústria local.
Já as exportações de celulose atingiram 10,6 bilhões de dólares, alta de 33,7% na comparação anual, com impulso maior de preços (29%) e de volumes (3,5%).
(Por Roberto Samora)