Por Marianna e Parraga e Rania e El e Gamal
HOUSTON/DUBAI (Reuters) - Agora que o dilapidado setor energético da Venezuela está tendo dificuldades de cumprir a meta nacional de produção de petróleo estipulada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), produtores rivais pertencentes à entidade começaram a preencher o vazio, disseram fontes da Opep e da indústria.
A produção petrolífera do país sul-americano atingiu um recorde negativo de 28 anos em outubro, quando a gigante estatal PDVSA teve problemas para financiar a perfuração de poços, manter campos de petróleo e fazer com que oleodutos e portos continuem em atividade.
A produção de petróleo venezuelana, que vem diminuindo em cerca de 20 mil barris diários por mês desde o ano passado, está a caminho de recuar em ao menos 250 mil barris diários em 2017, de acordo com números relatados à Opep, já que sanções dos Estados Unidos e a falta de capital estão afetando as operações.
Alguns membros da Opep acreditam que a queda se acentuará em 2018 e chegará a, no mínimo, 300 barris diários, segundo fontes do organismo. Em uma reunião interna recente da Opep, autoridades da Venezuela foram exortadas a apresentar um quadro mais claro da produção declinante do país.
A Arábia Saudita não elevará sua produção para compensar este recuo, já que a líder de fato da Opep está empenhada em reduzir os estoques globais de petróleo, disse uma fonte da Opep a par da política petrolífera saudita à Reuters neste mês.
Mas o petróleo pesado do Iraque, membro do grupo, e do Canadá e do Brasil, países não filiados à Opep, já está substituindo os barris venezuelanos no suprimento de clientes essenciais como os EUA e a Índia, segundo fontes e dados da Thomson Reuters.