Por Maha El Dahan e Rania El Gamal
DUBAI/VIENA (Reuters) - A Opep está indo para negociações políticas mais duras do que as esperadas nesta semana, em meio à preocupação de que seus esforços para reequilibrar o mercado de petróleo possam ser fortes demais, criando um déficit global e estimulando uma nova disputa de preços.
"Não será uma reunião fácil e sempre analisamos vários cenários", disse o ministro de Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail bin Mohammed al-Mazroui, nesta terça-feira, em Dubai, antes de partir para a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo em Viena.
A Opep, a Rússia e outros nove produtores estão reduzindo a produção de petróleo em cerca de 1,8 milhões de barris por dia (bpd) até março de 2018, e na quinta-feira todos discutirão a extensão do acordo. O mercado espera amplamente que a Opep prolongue os cortes até o final de 2018, mas as dúvidas surgiram nos últimos dias.
O líder da Opep, a Arábia Saudita, sinalizou que quer o petróleo negociado em torno de 60 dólares por barril, uma vez que o reino se prepara para listar ações de sua petroleira campeã nacional, a Aramco, e ainda está lutando contra um grande déficit fiscal.
O governo russo também quer altos preços do petróleo antes de uma eleição presidencial em março de 2018. Mas funcionários em Moscou manifestaram preocupações sobre o petróleo mais caro impulsionando o rublo, o que poderia prejudicar a competitividade da economia russa.
À medida que o petróleo subiu acima de 60 dólares por barril, os produtores dos Estados Unidos fixaram agressivamente sua produção futura, aumentando os receios de outro pico na produção de xisto, que não está inclusa nos cortes globais de produção.