Por Barani Krishnan
Investing.com - A demanda por combustível permanece suspeita em meio ao aumento dos estoques e de novas infecções por coronavírus. Mas os touros de petróleo, que esperam US$ 45 ou mais por barril, estão lutando para evitar qualquer queda de preço.
O West Texas Intermediate, a referência para futuros de petróleo dos EUA negociada em Nova York, caía 70 centavos de dólar, ou 1,7%, a US$ 41,20 por barril às 16h53 (horário de Brasília). Foi a primeira queda significativa desde 16 de julho para o WTI, que permanece em alta de 1% na semana atual e de quase 5% no mês.
O Brent, referência global do petróleo negociada em Londres, caía 87 centavos de dólar, ou 2%, para US$ 43,42.
Na quarta-feira, o WTI caiu apenas 2 centavos, apesar de um aumento inesperado de 4,9 milhões de barris em estoque reportado pela Administração de Informação de Energia. O Brent, enquanto isso, caiu 3 centavos.
Um dia antes disso, o índice de referência dos EUA atingiu US$ 42,40, máxima desde março, enquanto o de Londres subiu para um pico de quatro meses a US$ 44,88 - mantendo a meta dos touros de petróleo de atingir um mínimo de US$ 45 por barril para ambos no curto prazo
Mesmo se o petróleo não chegar a US$ 45 em breve, a determinação de mantê-lo acima de US$ 40 é evidente entre os touros.
Caso em questão: quão bem o mercado se manteve no comércio da manhã de quinta-feira em Nova York, apesar dos dados sugerirem um novo aumento nos estoques no centro de armazenamento de Cushing, Oklahoma, que recebe os barris contratados do WTI.
A Genscape, empresa de inteligência de mercado que lidera os dados de Cushing, observou um ganho de 1,32 milhão de barris na semana que terminou em 21 de julho.
Mas, durante a maior parte da quinta-feira, o WTI mal caiu mais de 30 centavos, aprofundando sua queda apenas na última meia hora de negociação.
"As perspectivas da demanda por petróleo devem ter dificuldades no curto prazo, já que as tensões geopolíticas colocam em risco as relações comerciais globais e a disseminação do coronavírus parece ter prejudicado o momento de reabertura", disse Ed Moya, analista da OANDA, sediada em Nova York.
A queda nos preços do petróleo na quinta-feira também ocorreu em meio a dados que mostram que 1,4 milhão de americanos entraram com pedidos de seguro-desemprego pela primeira vez na semana passada, pois uma nova onda de infecções por coronavírus continuou a dominar a maior economia do mundo, que emergiu de bloqueios há dois meses.
Os Estados Unidos registraram mais de 915.000 casos de coronavírus sob a nova onda do surto nas últimas duas semanas, mais do que o número registrado em todo o mês de junho.
O principal especialista em pandemias dos EUA, Anthony Fauci, disse no início deste mês que o crescimento diário de casos pode chegar a 100.000 sem distanciamento social e outras medidas de segurança.
Quase 4 milhões de americanos já foram infectados pela Covid-19 até agora, com o número de mortes atingindo mais de 143.000, segundo a Universidade Johns Hopkins. Um novo modelo da Universidade de Washington também prevê 200.000 mortes de coronavírus nos Estados Unidos até 1º de outubro, lançando novas dúvidas sobre a reabertura econômica.
A economia dos EUA encolheu 5% nos primeiros três meses de 2020, o maior declínio desde a Grande Recessão de 2008-09, já que a maioria dos 50 estados do país entrou em confinamento para conter o surto do vírus. Ainda que a maioria das empresas tenha reaberto nos últimos dois meses, os economistas seguem alertando para uma recessão de dois dígitos no segundo trimestre - o que significa que as perdas de empregos podem continuar.