SÃO PAULO (Reuters) - A safra brasileira de soja 2019/20 foi estimada nesta terça-feira em 122,9 milhões de toneladas, estável ante a projeção do mês anterior, disse a consultoria StoneX, que vê uma oferta "muito restrita" no Brasil nos próximos meses, até a chegada da nova safra no início de 2021.
Da mesma forma, a consultoria manteve a projeção da safra 2020/2021, cujo plantio começa neste mês, em recorde de 132,6 milhões de toneladas.
Segundo a StoneX, o balanço de oferta e demanda em 2020/21 deve ser mais "confortável", diferentemente do cenário que se desenha em 2020, "de oferta restrita e estoques finais muito reduzidos, abaixo de 1 milhão de toneladas".
"O plantio da soja só começa em meados de setembro e, apesar de as perspectivas continuarem muito positivas, o clima é acompanhado de perto, com as previsões indicando ainda pouca chuva", comentou a analista Ana Luiza Lodi em nota.
Apesar do aperto, a StoneX manteve projeção de importação de soja pelo Brasil em 1 milhão de toneladas em 2020, mas com forte crescimento ante 2019, quando somaram apenas cerca de 140 mil toneladas.
Para 2020, a projeção de exportação de soja do maior produtor e exportador global foi mantida em 81 milhões de toneladas, enquanto os embarques brasileiros em 2021 deverão somar 80 milhões.
MILHO
O plantio de milho 2020/21, já iniciado, foi estimado pela StoneX em 4,16 milhões de hectares, com a produção projetada em 27,7 milhões de toneladas.
As projeções representam estabilidade ante as perspectivas divulgadas em agosto, mas o volume da produção aumentaria em cerca de 1,5 milhão de toneladas ante a safra anterior.
"O plantio já começou nos Estados do Sul do país, com destaque para o Rio Grande do Sul, onde 20% já estão completos, segundo nosso acompanhamento realizado dia 28/08", disse Ana Luiza.
As lavouras gaúchas devem responder pela maior produção do cereal no verão.
Em relação à segunda safra de milho 2019/20, a consultoria fez um ajuste positivo, com a produção estimada em 73,7 milhões de toneladas, leve aumento de 0,6% em relação ao número de agosto.
"Como o observado no Paraná, com a colheita avançando, o Mato Grosso do Sul também acabou registrando resultados melhores que o esperado, apesar do clima mais seco que afetou as lavouras entre abril e maio", disse a especialista.
A produtividade média nacional para a safrinha também passou de 5,48 para 5,51 toneladas por hectare.
(Por Roberto Samora e Nayara Figueiredo)