Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) - A previsão de tempo seco e temperaturas acima da média pelas próximas duas semanas acende o sinal de alerta para a safra de trigo do Paraná, o principal produtor nacional do grão, que pode ver as produtividades diminuírem caso esse cenário se alongue, disse à Reuters um especialista.
Conforme o Thomson Reuters Agriculture Weather Dashboard, as temperaturas no Paraná tendem a superar o normal em todas as regiões do Estado pelo menos até 31 de julho.
Quanto às chuvas, a expectativa é de uma má distribuição, com áreas a norte e oeste recebendo menos umidade, enquanto no sul a tendência é de precipitações até acima do esperado para esta época do ano.
De acordo com Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Ocepar, que representa as cooperativas no Estado, as lavouras de trigo já estão todas semeadas, e o ideal seriam temperaturas mais amenas e até um pouco de água, em especial no centro-sul paranaense, onde estão cerca de 50 por cento das plantações.
"Chuvas para o desenvolvimento vegetativo e frio para o perfilhamento", destacou ele, ponderando que, por ora, as condições climáticas não levantam maiores preocupações. "O trigo é uma lavoura bastante resistente à seca, mas, se isso continuar, poderá haver impacto."
O cenário atual contrasta com o de um ano atrás, quando fortes geadas atingiram boa parte do trigo do Paraná, reduzindo o volume de colheita.
Até agora neste ano, foram observados dois episódios de geadas, mas sem impactos para a safra de trigo.
Pela estimativa mais recente do Departamento de Economia Rural (Deral), o Paraná deve colher 3,36 milhões de toneladas de trigo em 2018, um aumento de 50 por cento na comparação com a do ano passado.
O Paraná teve mais de 1 milhão de hectares semeados com a cultura na safra deste ano.
(Por José Roberto Gomes)