Investing.com – O petróleo operava em alta nesta quinta-feira (8), impulsionado pela rejeição de um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, o que aumentou a tensão no Oriente Médio. Por outro lado, sinais econômicos fracos na China e a valorização do dólar atuavam como limitadores de ganhos maiores do mercado.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descartou um cessar-fogo proposto pelo grupo palestino, prolongando a crise que já se estende por outros territórios da região. Além disso, os ataques dos EUA contra os rebeldes houthis no Iêmen, aliados do Irã, ameaçam a segurança das rotas marítimas no mar Vermelho e no Canal de Suez, por onde passam parte das exportações de petróleo da Ásia e da Europa.
Os contratos futuros do Brent para abril avançavam 2,12%, para US$ 80,90 o barril, enquanto os do WTI para o mesmo mês subiram 2,19%, para US$ 75,48 o barril, às 13:15 h de Brasília.
No entanto, os preços do petróleo encontraram resistência nos dados econômicos fracos do maior importador mundial, a China, e nos indicadores mistos dos estoques dos EUA.
A inflação ao consumidor chinês ficou abaixo do esperado em janeiro, enquanto a inflação ao produtor seguiu em queda pelo 16º mês seguido, mostrando a persistente fragilidade da economia do país asiático. Com isso, as perspectivas para a demanda por petróleo no curto prazo se mantêm baixas.
A China tem sido um ponto de preocupação para os mercados de petróleo, que não viram uma recuperação consistente da atividade econômica após a pandemia.
Nos EUA, os estoques de gasolina e destilados registraram reduções modestas na semana encerrada em 2 de fevereiro, mas os estoques totais de petróleo aumentaram mais do que o previsto, à medida que a produção se recuperou do frio intenso de janeiro.
A produção recorde dos EUA também tem pesado sobre os preços do petróleo, mas a Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês) projetou uma queda na produção até 2024, e uma retomada dos níveis recordes apenas no início de 2025. Essa projeção deu algum suporte ao mercado nesta semana.
Por fim, o dólar forte também limitou a alta do petróleo, já que torna a commodity mais cara para os compradores de outras moedas. O mercado reduziu as expectativas de cortes antecipados nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), após declarações de autoridades da instituição minimizando essa possibilidade. A melhora dos indicadores econômicos dos EUA também reforça a ideia de que o Fed pode manter as taxas mais altas por mais tempo.