Por Barbara Lewis e Nina Chestney
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia poderá ter que oferecer às suas maiores indústrias poluentes mais dez anos de créditos de carbono gratuitos para impedir que saiam da região e façam negócios em outros lugares, sugeriram os reguladores da UE em um relatório obtido pela Reuters.
Há dez anos a UE lançou um plano para combater as alterações climáticas, pedindo à indústria pesada e ao setor de serviços que arcassem com um pagamento para cada tonelada de dióxido de carbono que produziam. Depois de uma forte pressão, o bloco europeu admitiu que os poluidores poderiam obter a liberação das licenças.
O chamado Sistema de Comércio de Emissões (ETS) está em vigor até 2020. Os ambientalistas esperavam que a sua próxima versão reduzisse substancialmente as permissões gratuitas, de modo a incentivar as empresas a investir em novas tecnologias para cortar suas emissões de carbono.
No entanto, um documento obtido pela Reuters mostra que os órgãos reguladores estão elaborando uma nova lei que irá oferecer créditos grátis cobrindo entre 30 e 100 por cento das emissões de carbono das empresas, dependendo da probabilidade de elas se mudarem para o exterior.
A lista de empresas com o direito a licenças gratuitas abrange setores como o de aço e produtos químicos, que vêm ameaçando se mudar para regiões como o Oriente Médio, nas quais os limites de emissão de poluentes são menos rigorosos.
O documento visto pela Reuters explora uma vasta gama de fatores para avaliar como distribuir licenças ETS para setores como cimento, vidro e refino de petróleo.