CHICAGO (Reuters) - A oferta de milho dos EUA diminuirá mais do que o previsto anteriormente devido ao aumento na demanda dos segmentos de etanol, ração animal e exportação, disse o Departamento de Agricultura do país (USDA, na sigla em inglês) nesta sexta-feira.
O cenário para a demanda desencadeou um rali nos contratos futuros do milho negociados em Chicago, que atingiram o maior nível em quase oito anos, e ampliou o foco sobre a próxima safra norte-americana, que está sendo plantada neste momento, para reposição das ofertas.
Em seu relatório mensal de estimativas de oferta e demanda agrícola mundial, o USDA previu que o estoque doméstico de milho cairá para 1,352 bilhão de bushels em 1º de setembro, ante 1,919 bilhão de bushels em setembro de 2020.
No levantamento anterior, divulgado em março, o órgão projetou os estoques finais do cereal em 1,502 bilhão de bushels.
Alguns analistas esperavam uma redução ainda maior.
"Acho que eles adotaram uma abordagem bastante moderada", disse Mark Schultz, analista-chefe de mercado da Northstar Commodity. "A demanda provavelmente é ainda maior do que o que estão reportando."
Se confirmada a projeção, os estoques de milho atingirão o menor nível em sete anos antes da colheita da próxima safra.
Em média, analistas esperavam que o relatório mostrasse estoques de milho de 1,396 bilhão de bushels, de acordo com pesquisa realizada pela Reuters.
O USDA elevou sua estimativa para as exportações de milho dos EUA em 75 milhões de bushels, para 2,280 bilhões de bushels, o que representaria um salto de 35,6% em relação ao ano anterior.
O governo também aumentou sua projeção para o uso de milho na produção de etanol em 25 milhões de bushels, à medida que automóveis voltam a circular após uma flexibilização das restrições relacionadas à pandemia de Covid-19.
O departamento ainda elevou em 50 milhões de bushels sua expectativa para o consumo de milho pelo setor de ração animal.
Em relação ao trigo, o USDA elevou sua perspectiva para os estoques finais a 852 milhões de bushels, versus 836 milhões de bushels vistos anteriormente. O aumento, em linha com as estimativas do mercado, decorre da redução nas projeções para o consumo doméstico de trigo.
Já os estoques finais de soja foram mantidos em uma mínima de sete anos de 120 milhões de bushels, após o governo aumentar as projeções de exportação, mas reduzir as perspectivas de demanda das indústrias de esmagamento e sementes.
(Reportagem de Mark Weinraub)