Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - O abate de suínos no Brasil cresceu 6,2% no segundo trimestre para 12,1 milhões de cabeças, novo recorde trimestral da série iniciada em 1997, impulsionado pelas fortes exportações, apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
A indústria ainda aumentou em 1,8% os abates ante o primeiro trimestre. Na comparação mensal, foi registrado o melhor resultado para um mês de junho, disse o IBGE.
"O resultado consiste em um recorde para a série histórica. As exportações de carne suína, também recordes para um 2º trimestre, contribuíram para este setor da economia em meio ao panorama de incertezas ocasionado pela pandemia do Covid-19", afirmou o IBGE.
Santa Catarina continuou liderando o abate de suínos, com 28,4% da participação nacional, seguido por Paraná (20,8%) e Rio Grande do Sul (16,6%).
As exportações de carnes do Brasil têm sido elevadas especialmente pela demanda da China, principal importador dos produtos brasileiros, que ampliou compras no exterior para lidar com um menor plantel atingido pela peste suína africana.
Por outro lado, diante de um ciclo de baixa de animais prontos para o abate e preços da arroba bovina em patamares agora recordes, o abate de bovinos no país caiu 8% no segundo trimestre, para 7,3 milhões de cabeças, pior resultado para um segundo trimestre desde 2011, afirmou o IBGE.
Houve, contudo, alta de 0,3% ante o trimestre imediatamente anterior.
"Na comparação mensal, abril apresentou a maior queda em relação a 2019, com 15,1% de cabeças abatidas a menos. Por outro lado, em junho foi detectado um aumento de 1,8%. A quarentena iniciada no fim de março de 2020, por conta pandemia do Covid-19, pode ter causado o maior impacto no mês subsequente, devido à reestruturação do setor para se adaptar ao cenário adverso", disse o instituto.
Mato Grosso continua liderando o abate de bovinos, com 16% da participação nacional, seguido por Mato Grosso do Sul (11,5%) e São Paulo (10,7%).
No segundo trimestre, o país abateu 1,41 bilhão de cabeças de frangos, queda de 1% em relação ao mesmo período de 2019 e recuo de 6,8% na comparação com o primeiro trimestre deste ano.
"É o pior resultado para um trimestre desde o 2° trimestre de 2018. Efeitos da pandemia da Covid-19, como paralisações temporárias devido ao contágio, que impactaram a produção dos frigoríficos, ajudam a explicar as quedas registradas", disse o IBGE.
O abate de 14,17 milhões de cabeças de frangos a menos no 2º trimestre de 2020, em relação a igual período do ano anterior, foi determinado por queda no abate em 12 das 25 unidades da federação que participaram da pesquisa.
Paraná continua liderando amplamente o abate de frangos, com 34,2% da participação nacional, seguido por Santa Catarina (13,8%) e Rio Grande Sul (12,9%).