Por Emma Batha
LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - Entre as multidões de foliões irlandeses que tomaram as ruas de Dublin na semana passada para a celebração do feriado de St. Patrick estava uma menininha com tranças e bandeiras da Ucrânia pintadas em suas bochechas, vestindo um grande chapéu verde, um presente de sua escola.
Varvara Koslovska, de 8 anos, está entre as mais de 1,5 milhões de crianças que fugiram da guerra na Ucrânia, iniciada há um mês, e responsável por uma das crises de refugiados da Europa com crescimento mais rápido desde a Segunda Guerra Mundial.
Da Irlanda à Polônia, países expandem suas salas de aula, aceleram os registros de professores ucranianos, traduzem programas e oferecem aulas online para garantir que as crianças deslocadas pela guerra não fiquem sem estudar.
Varvara, seu irmão Platon, de 5 anos, e seus primos Ivan, de 9, e Egor, de 7, passaram a frequentar sua nova escola primária apenas poucos dias após chegarem à Irlanda, depois de uma longa jornada de sua cidade natal, Kiev.
Animada e confiante, Varvara fala pouquíssimo inglês, mas descreveu, toda sorridente, sua nova vida.
"Todas as crianças querem ser minhas amigas. Todos querem me ajudar -- ganhamos vários presentes", disse ela à Thomson Reuters Foundation em uma videochamada, segurando sua nova mochila escolar azul com estrelas, um presente de seu professor.
A agência infantil da ONU, a Unicef, diz que governos de toda a Europa prometeram integrar as crianças ucranianas refugiadas a escolas dentro de no máximo três meses após sua chegada.
É uma grande operação para os sistemas educacionais, que já passam por dificuldades com seus orçamentos apertados, grandes números de alunos e impactos da pandemia de Covid-19. Muitas crianças refugiadas também precisarão de especialistas em idiomas e apoio psicológico.
A Unicef diz que colocar as crianças na escola com rapidez é crucial não apenas para o seu próprio desenvolvimento, como também para o futuro da Ucrânia.