Opep+ teme que 2ª onda de Covid-19 leve a excedente de petróleo em 2021

Publicado 16.10.2020, 16:31
© Reuters. Logo da Opep no edifício-sede da organização de exportadores de petróleo em Viena

Por Vladimir Soldatkin

MOSCOU (Reuters) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados temem que uma segunda onda prolongada da pandemia de Covid-19 e um salto na produção da Líbia possam empurrar o mercado do petróleo para uma sobreoferta no ano que vem, de acordo com documento confidencial visto pela Reuters, que indica um panorama mais sombrio do que o projetado há apenas um mês.

Um painel com autoridades dos países membros da Opep+, chamado de Comitê Técnico Conjunto, considerou esse como o pior cenário possível durante uma reunião mensal virtual na quinta-feira. Em setembro, o painel não havia projetado um excedente em nenhum dos cenários considerados.

Esse possível superávit de oferta pode ameaçar os planos da Opep, Rússia e aliados, que formam o grupo conhecido como Opep+, de flexibilizar os cortes recordes de produção que têm promovido neste ano. Eles esperam adicionar 2 milhões de barris por dia(bpd) ao mercado a partir do início de 2021.

Até agora, a Opep não indicou nenhum plano contrário a esse aumento de oferta.

"Os primeiros sinais de recuperação econômica em algumas partes do mundo são ofuscados por condições frágeis e um crescente ceticismo a respeito do ritmo da recuperação", apontou o documento utilizado no painel de outubro.

"Em particular, uma nova alta no número de casos de Covid-19 em todo o mundo e as perspectivas de 'lockdowns' parciais nos meses de inverno (no Hemisfério Norte) podem agravar os riscos para a recuperação econômica e da demanda por petróleo", acrescentou.

O documento apresentou ainda panoramas que incluíram um cenário-base de déficit médio de 1,9 milhão de bpd em 2021, cifra inferior ao déficit de 2,7 milhões de bpd previsto no cenário-base do mês anterior.

© Reuters. Logo da Opep no edifício-sede da organização de exportadores de petróleo em Viena

Mas em seu pior cenário possível, o documento indica que o mercado poderia entrar em um superávit de 200 mil bpd no ano que vem.

Essa projeção considera aumento na produção da Líbia para até 1,1 milhão de bpd em 2021, estoques comerciais elevados na OCDE e uma segunda onda mais forte e prolongada de casos de Covid-19 no quarto trimestre de 2020 e primeiro trimestre de 2021 na Europa, Estados Unidos e Índia.

Os ministros do Petróleo dos países da Opep+ voltarão a se reunir entre 30 de novembro e 1º de dezembro.

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