Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) - Caminhoneiros voltam a bloquear nesta terça-feira rodovias em 15 Estados do Brasil, além do porto de Santos (SP), dando continuidade ao protesto de segunda-feira que pede a redução da carga tributária sobre o diesel, o combustível mais consumido no país.
Segundo a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que organiza o movimento, há interdições em Roraima (1), Pará (2), Maranhão (1), Tocantins (5), Paraíba (1), Bahia (3), Mato Grosso (8), Mato Grosso do Sul (4), Goiás (13), Minas Gerais (22), Rio de Janeiro (6), São Paulo (3), Paraná (19), Santa Catarina (17) e Rio Grande do Sul (5).
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) não tinha de imediato um levantamento atualizado sobre os bloqueios.
A Abcam prevê uma adesão maior aos protestos nesta terça-feira ante a véspera, que contou com cerca de 200 mil caminhoneiros em 19 Estados e levou integrantes da cúpula do governo a se reunirem com o presidente Michel Temer para tratar do assunto.
O presidente da Petrobras (SA:PETR4), Pedro Parente, tem reunião nesta manhã com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, para dialogar sobre a alta dos combustíveis. Desde que a petroleira passou a reajustar quase que diariamente os preços dos combustíveis, seguindo o mercado internacional e o câmbio, o diesel acumula alta de quase 50 por cento nas refinarias.
Mais cedo, a petroleira comunicou que reduzirá tanto os valores do diesel quanto os da gasolina nas refinarias a partir de quarta-feira.
Os protestos levantam receios quanto ao escoamento da safra agrícola deste ano, a segunda maior da história, uma vez que ocorrem justamente em importantes Estados produtores, incluindo Mato Grosso e Paraná, os dois maiores.
No porto de Santos, o maior do Brasil, por onde sai boa parte da safra nacional, um caminhão bloqueia totalmente a passagem de veículos na margem do Guarujá, segundo a assessoria de imprensa da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).
Na margem de Santos, a manifestação é pacífica, mas o fluxo de caminhões é praticamente nulo porque as empresas já se programaram para não realizar o transporte em meio aos protestos, disse a Codesp, acrescentando que as operações de embarque e desembarque de navios ocorrem normalmente dados os estoques nos terminais.
Em Paranaguá (PR), no Paraná, também há registro de manifestação na entrada do porto, mas sem afetar o fluxo de veículos, segundo a assessoria de imprensa.