Recentemente, foi noticiado que a G44 fez um acordo com uma associação e pagou seus investidores. Contudo, o caso é complexo.
O órgão responsável por intermediar o acordo é a recém criada Associação Brasiliense de Solução de Conflitos (Abrasc). Seu vice-presidente, segundo a documentação da Abrasc, é Gustavo Erley Santos Morais.
Gustavo possui parentesco direto com Marcio Weider Santos Morais, chefe de TI da G44. Além disso, o vice-presidente da Abrasc é um investidor da Goldario, outro projeto da G44.
Acordo controverso
A notícia afirma que a G44 já está quitando as primeiras parcelas de um acordo firmado. É acrescentado que tal ato demonstra o “compromisso da empresa”.
Entretanto, após a veiculação da reportagem, investidores da empresa se manifestaram no Reclame Aqui. As reclamações se dão no tom de “G44 Brasil só paga quem quer”, como exibe o título de uma das reclamações.
Em contato com fontes também lesadas pela G44, estas se manifestaram da mesma forma, afirmando ainda não ter recebido.
Desta forma, muitos investidores seguem sem receber valores desde 2019.
Envolvimento com a G44
Ademais, o caso apresenta mais pontos controversos. Gustavo Erley Santos Morais é vice-presidente e presidente do conselho de administração da Abrasc.
O problema é o parentesco direto entre ele e um importante membro da G44, responsável por toda a área de TI da empresa.
A participação da Abrasc se torna ainda mais controversa se considerado o interesse direto de seu vice-presidente na G44.
Chama atenção ainda o quão recente é a Associação. Isto posto, existem pontos suficientes controversos envolvendo o acordo supostamente firmado pela G44.
Participação na Kriptacoin
Ademais, não é a primeira vez que o vice-presidente da Associação tem envolvimento com uma empresa acusada de ser pirâmide financeira.
De acordo com o processo 0731183-80.2017.8.07.0001, que já se aproxima do fim no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Gustavo Erly Santos Morais processou a Kriptacoin.
Informações dos autos apontam que ele perdeu quase R$ 100 mil ao investir na empresa.
Em suma, o vínculo de um dos membros da Abrasc com a G44, bem como com outras empresas acusadas de pirâmide financeira, pode colocar em xeque o compromisso firmado pela G44 com seus clientes.