O Banco Central do Brasil (BC) voltou a dizer que o Bitcoin (BTC), assim como as demais criptomoedas, não passam de especulação e não atendem as condições de moeda.
De acordo com a autoridade monetária, como as criptomoedas são um investimento puramente especulativo, elas trazem muitos riscos para os investidores.
Contudo, o BC reconheceu que os criptoativos trouxeram inovações importantes para o sistema financeiro, principalmente as possibilidades dos contratos inteligentes e das finanças descentralizadas (DeFi).
Além disso, a inovação das criptomoedas servirá de base para o BC desenvolver a moeda digital nacional, o Real Digital.
Conforme explicou Fábio Araújo, coordenador do projeto da CBDC brasileira, a versão digital do Real vai unir a parte “boa” das criptomoedas com o sistema financeiro tradicional, sem a alta volatilidade e movimento especulativo dos criptoativos.
“As CBDCs não se confundem com criptoativos. O BC mantém a opinião de que os criptoativos são ativos especulativos e trazem alto risco para carteiras dos indivíduos”, disse durante recente audiência realizada pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática a pedido do senador Rodrigo Cunha (PSDB).
Real Digital
Araujo destacou ainda que o Real Digital não é um movimento isolado do BC, mas uma tendência mundial. Como exemplo, ele citou nações como a China, que vem trabalhando em seu projeto de moeda digital.
O coordenador da CBDC também pontuou que o BC ainda está promovendo debates com todos os players do mercado financeiro. Ao mesmo tempo, vem realizando webinars para esclarecer os planos da instituição e observar o ponto de vista da população.
“Nosso objetivo é esclarecer quais demandas a sociedade apresenta para o Real Digital. Depois disso, passaremos para fase de teste com prova de conceito e possivelmente laboratório de inovação. Isso deve ocorrer ao longo de 2022”, disse.
Por fim, sobre as criptomoedas, Araujo reforçou as declarações do presidente do CB, Roberto Campos Neto. Ele observou ainda que o BC vem debatendo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a regulamentação dos criptoativos.