Morgan Stanley (NYSE:MS) (SA:MSBR34) e Bank of America (BofA) (NYSE:BAC) (SA:BOAC34) são os dois maiores bancos de investimento dos Estados Unidos. Mas, enquanto o primeiro anuncia fundos de Bitcoin (BTC) para seus clientes, o segundo critica a maior criptomoeda em valor de mercado.
Em um relatório recente, intitulado “Bitcoin’s Dirty Little Secrets“, o Bank of America teceu inúmeras críticas ao BTC. O documento foi publicado na quarta-feira (17).
Entre outras coisas, a instituição afirma que não há boas razões para possuir Bitcoin, a menos que os preços estejam subindo.
Além disso, consta ainda no documento que o criptoativo é “excepcionalmente volátil” e “impraticável” — tanto como mecanismo de pagamentos quanto como forma de investimento.
“Bitcoin é ativo de risco”
De acordo com o BofA, os preços do Bitcoin são impulsionados basicamente por fluxos de fundos, grandes compradores — como Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34), Square (NYSE:SQ) e PayPal (NASDAQ:PYPL) (SA:PYPL34) — e cortes de recompensas de mineradores.
“O Bitcoin também se correlacionou com ativos de risco. Não está vinculado à inflação e permanece excepcionalmente volátil. O que o torna impraticável como depósito de riqueza ou mecanismo de pagamento”, disse o BofA.
Nesse sentido, o banco destacou que o principal argumento para manter o Bitcoin não é diversificação, retornos estáveis ou proteção contra a inflação. Mas sim a valorização do preço, um fator que depende de a demanda por Bitcoin ultrapassar a oferta.
Outra crítica do BofA foi em relação à concentração do Bitcoin. De acordo com o relatório, cerca de 95% do total de minerado é controlado por cerca de 2,4% de endereços com grandes saldos.
Conforme destacou, o fato de uma pequena porcentagem deter a maior parte do BTC pode criar problemas sociais e de governança.
O BofA ainda estimou o influxo necessário para aumentar o preço do Bitcoin em 1%:
“Estimamos que um influxo líquido para o Bitcoin de apenas US$ 93 milhões resultaria em uma valorização do preço de 1%. Enquanto isso, o valor semelhante para o ouro seria mais próximo de US$ 2 bilhões ou 20 vezes maior.”
Questões ambientais
Por fim, o BofA ainda criticou o Bitcoin com relação à emissão de gás carbônico como resultado da atividade de mineração.
Segundo o banco, um influxo de US$ 1 bilhão em Bitcoin pode aumentar expressivamente o volume de CO2. Mais precisamente, disse que o volume seria equivalente a 1,2 milhão de carros com motor de combustão.
“Como a hash hoje está principalmente em Xinjiang, movida a carvão, uma ligação entre preços, demanda de energia e CO2 significa que o Bitcoin está vinculado ao carvão chinês. Se os preços subirem para US$ 1 milhão, o Bitcoin pode se tornar o quinto maior emissor do mundo, ultrapassando o Japão.”
Quem aproveitou para renovar suas críticas ao BTC foi o Peter Schiff. Em seu perfil no Twitter, ele disse que o BofA concluiu o óbvio e voltou a chamar o Bitcoin de bolha:
“Em um relatório de pesquisa recém-lançado, o Bank of America concluiu o óbvio. Que ‘o principal argumento do portfólio para manter Bitcoin não é diversificação, retornos estáveis ou proteção contra a inflação. Mas sim a simples valorização do preço.’ Sim, é pura especulação. A bolha definitiva.”