Apesar dos atrasos em relação à previsão de lançamento inicial do Real Digital, o Banco Central do Brasil (BC) segue avançando com seu projeto de moeda digital de banco central (CDBC, na sigla em inglês).
O coordenador do projeto da moeda digital nacional do BC, Fabio Araújo, informou que o Laboratório do Real Digital vai ter início já no mês de setembro. Segundo ele, a previsão é que esse laboratório tenha uma duração de quatro meses.
Real Digital a caminho Conforme noticiou o portal Estadão na última quarta-feira (10), a ideia por trás do Laboratório é obter produtos maduros com relação à CBDC.
E, assim, espera-se poder iniciar os testes do Real Digital. Nesta fase inicial, o BC vai testar a moeda com valores, grupos e regiões limitadas.
Inicialmente, a ideia do BC era começar esse laboratório no final do mês de março. Sendo assim, essa fase terminaria em julho. Contudo, o projeto foi adiado devido à greve dos servidores do Banco Central. A greve teve início no dia 1º de abril e se estendeu até o dia 5 de julho.
Os projetos a serem testados no laboratório do Real Digital foram selecionados no Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT), o LIFT Challenge Real Digital, em março. Na ocasião, o BC escolheu nove propostas para participar do projeto.
Entre eles, havia projetos com foco em soluções de inclusão e de educação financeira por meio do Open Finance. Além disso, tinha propostas de novos modelos de crédito usando tecnologias como Machine Learning e Inteligência Artificial.
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BC deve divulgar resultados em 2023
A previsão é que, em 2023, o BC divulgue os resultados desses testes para, em seguida, iniciar os testes pilotos com a moeda digital brasileira.
De acordo com Araujo, a previsão é que o Real Digital chegue já no ano de 2023. A CBDC do Brasil será, segundo ele, uma “expressão da nossa moeda soberana”.
“Com ela, será possível oferecer novos serviços e maior segurança para as transações realizadas de maneira digital”, disse Araújo durante o evento Febraban Tech.
Segundo o coordenador do Real Digital, a ideia é implementar uma aplicação da CBDC em grande escala para o varejo, indo além de um meio de pagamento.
“Posso comprar em site de e-commerce e pagar usando recursos de um wallet [carteira] digital, por exemplo”, explicou Araújo.
Conforme destacou Thamilla Talarico, sócia e líder da área de Blockchain e Criptomoeda da EY no evento da Febraban, a CBDC do Brasil “será uma moeda fiduciária, mas com expressão digital do real, que vai utilizar os benefícios tecnológicos das criptomoedas”.