A empresa de análise Delphi Digital divulgou um relatório intitulado “The State of Bitcoin”. O documento saiu logo após o halving na segunda-feira (11) e traz dados interessantes sobre o mercado brasileiro.
A Delphi destaca o recente corte de juros feito pelo Banco Central do Brasil (Bacen), que reduziu a taxa para 3%. Além disso, ressalta que o real já perdeu mais de 30% de seu valor em relação ao dólar americano apenas em 2019.
Esses fatores poderiam afastar investidores internacionais do nosso mercado. “Eles começam a achar que a taxa de risco e retorno não é mais atraente” em certos mercados locais.
Impulso para o Bitcoin
A Delphi especulou que esse êxodo em potencial poderia levar a um impulso maior em direção ao BTC no Brasil.
“Isso não quer dizer que a inundação de capital dos mercados emergentes fluirá diretamente para o Bitcoin. Muitos deles buscarão refúgio em ativos lastreados no dólar. Mas o tamanho desse movimento potencial poderia servir como outra fonte de demanda para o BTC, especialmente se controles de capital mais rígidos se tornarem mais comuns.”
O Bitcoin teve a maior valorização acumulada no ano em comparação ao real, atingindo 74%. Esse valor foi mais de três vezes superior à valorização em dólar, que atingiu 21,9%.
Relação entre Bitcoin e mercados emergentes
Embora o mercado de Bitcoin possa estar ficando mais maduro para os investidores, as criptomoedas no Brasil tiveram sua parcela de desafios regulatórios e críticos influentes. Quatro empresas focadas no comércio de BTC foram fechadas desde 2019.
Recentemente, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) teceu vários elogios à tecnologia blockchain. No entanto, o órgão tem ignorado sistematicamente as criptomoedas, alegando que as mesmas não são moedas.
Por outro lado, o crescimento do BTC segue acelerado no resto da América Latina. As negociações P2P cresceram desde março, ao passo que a Argentina – país em forte crise financeira – registrou o Bitcoin mais caro da região no mesmo mês.